(*) Luiz Alves Lopes
Recesso futebolístico na terra de Santa Cruz, resta a alternativa de se posicionar diante da telinha e se satisfazer com as transmissões dos campeonatos do velho continente, admitindo-se ainda alternativa e a curiosidade da nova coqueluche, que é o campeonato da Arábia Saudita.
Aliás é bem verdade que em janeiro tem a Copinha de São Paulo, tradicionalmente uma fábrica de talentos. Porém, sua fase inicial com mais de 120 participantes não motiva muito. Mas não sendo uma ciência exata, o futebol sempre prega peças inusitadas.
Aos mais detalhistas, exigentes e cobradores, nem sempre fazedores de contas, dá para listarem no grupo de futebolistas dos clubes da Inglaterra, da Itália, da Espanha, da França, da Alemanha, da Rússia e de outras potências no esporte das multidões, aqueles que efetivamente foram forjados em suas divisões de base?
E se não for pedir muito, em cada agremiação das grandes potências mundiais, quantos atletas nascidos em seu próprio país? Na maioria dos casos, verdadeiras seleções mescladas de craques de várias línguas, de vários países.
Futebol virou um grande negócio
O futebol deixou de ser futebol…deixou de ser um esporte empolgante, desafiador, de imponderáveis, de surpresas que no passado chamávamos de ‘zebras’. Virou um grande negócio, um grande comércio, opções de investimentos, admitindo-se ainda oportunidades para negócios escusos. Lamentável!
Contudo por nossas bandas, Clube de Regatas do Flamengo e Sociedade Esportiva Palmeiras, seguidos de perto pelo Clube Atlético Mineiro, tidos e havidos como poderosos financeiramente falando, andam praticando loucuras na ânsia de fazerem frente aos grandes do futebol europeu. O tempo dirá se estão certos.
Descaracterizando o torcedor apaixonado, parte considerável de nossos clubes estão adotando a novidade da SAF, ainda uma grande incógnita e que está sendo vista como tábua da salvação ou salvação da lavoura.
Mas alguns literalmente falidos, como o Cabuloso das Minas Gerais e o Machão da Gama do Rio de Janeiro, aceitaram propostas pouco republicanas, passando a figurarem como clubes medianos em termos de futebol.
Porém sem muita pressa, parece que os Atléticos – o do Paraná e o das Minas Gerais – estão firmando acordos interessantes, com modalidades de SAF’s envolvendo maior número de partícipes, o que é salutar. Oxalá sejam seguidos.
E por nossas bandas, em nossos rincões? As SAF’s aqui chegarão? Há interesse? Comporta tal adoção? Uma única pessoa continuará a carregar o andor? Até quando? Há algo diferente que possa ser feito para o crescimento de nosso representante maior?
Lembranças do passado
No entanto mudando de rumo, para completar o espaço, neste período de recesso futebolístico algumas lembranças do passado para matar a saudade, registrando as antigas eliminatórias do futebol de salão que ocorriam na cidade, envolvendo Figueira e Ilusão para se conhecer o representante valadarense no Campeonato Mineiro do Interior. A cobra fumava…
E Democrata e Pastoril inventavam uma “melhor de três” de final de ano, com a desculpa de disputarem um determinado troféu, porém, o verdadeiro pano de fundo era arrecadar uma grana para liquidação de seus compromissos. Aqui a vaca tossia…
Nacionalmente falando, inexistindo Brasileirão, ocorria o tradicional Rio x São Paulo envolvendo os grandes dos dois estados. Para completar, interessantes e boas excursões ao velho mundo, inclusive, participando de tradicionais torneios de verão de grandes cidades do velho continente. Tempos do verdadeiro futebol que encantava e alegrava. Alguém se lembra da “fita azul” e o que ela representava? Foi-se.
N.B.1 – Saudades dos tempos dos Torneios Inícios dos campeonatos varzeanos e amadores de nossa cidade, recheados de disputas de penalidades máximas, perante um público numeroso. Iniciava bem cedo e terminava ao entardecer. Era grande o consumo de boi ralado com refresco. Tempo bom. Mas será que volta algum dia?
N.B.2 – E os antigos torneios de dentes de leites que tantos craques revelaram em nossa cidade? Um dia já tivemos Daniel Mathias, Hormando Leocádio, Cléber Teixeira, Tião Nunes e outros tantos, todos comprometidos em oportunizar a prática sadia do desporto aos nossos adolescentes e crianças. Todavia o que falta hoje, Bolivar?
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