Ainda não há uma data prevista para o início da vacinação na rede pública, mas os professores estão ansiosos
Professores das redes públicas e privadas de ensino infantil, fundamental, ensino médio e superior fazem parte do grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19, como previsto pelo Projeto de Lei 275/21, a fim de que haja um retorno seguro às salas de aula. No entanto, o início do processo de imunização de professores e demais trabalhadores da educação da rede municipal de Governador Valadares ainda não tem data definida, mas profissionais aguardam ansiosos pela vacina.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ainda não há doses disponíveis para este grupo, mas, assim que as vacinas chegarem, o processo de imunização de profissionais da educação da rede municipal será iniciado imediatamente.
Sabrina de Miranda, professora da Escola Municipal Padre José Luiz Tadeo, conta que está esperançosa em poder trabalhar sem colocar a vida dela, dos colegas e dos alunos em risco. “A expectativa é ótima. Estamos ansiosos e esperançosos. Vimos muitas pessoas perderem seus entes queridos e colegas de trabalho; outros, graças a Deus e com muita luta, venceram a doença. Sabemos que voltar à normalidade será um grande desafio para as escolas, que precisarão de infraestrutura e um grande número de pessoas para fazerem a higienização do ambiente mais vezes, além do distanciamento das crianças que, no meu caso, são bem pequenas. Mas iremos nos adaptar, e a vacina com certeza vai trazer mais tranquilidade.”
Além da ansiedade pela imunização, alguns professores dizem que a educação dos alunos não é tão efetiva com o ensino remoto. É a opinião de Karen Kristina Soares, professora regente de Educação Infantil na Escola Municipal Padre Pedro Crisólogo Rosa. “Eu espero que sejamos vacinados até o fim do semestre. Precisamos cumprir nosso papel diante da sociedade e da forma que sabemos fazer. Infelizmente, as aulas remotas não têm o mesmo potencial de alcance em relação a todas as crianças, adolescentes e jovens de nosso município.”
Karen também revelou angústia e ansiedade ao desenvolver os exercícios da docência em meio a pandemia. “Podemos perceber nossa ansiedade ao desenvolver as tarefas da docência. Talvez a relação de uma possível queda no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também nos apavore. Nós batalhamos muito para melhorar a consolidação das aprendizagens de nossos alunos, ou seja, com a demora em voltar às aulas presenciais, temos que conviver com esse fantasma que nos assombra; um sentimento de impotência.”
Por fim, a educadora afirma que a vacinação dos professores é muito importante, a fim de representar a educação e a saúde como prioridade para o município. “Nós professores temos comprometimento com o saber do educando. Nossa expectativa é trabalhar com segurança e qualidade ao ensinar. Penso que, com a vacinação de professores, ficará notória a ampliação da educação como prioridade e cuidado com a saúde de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, bem como as famílias”, finaliza.
Cleudes Campos atua há mais de 20 anos como professora da educação infantil e atualmente é docente na Escola Municipal Padre Eulálio Lafuente Elorz. Para a educadora, o retorno das aulas presenciais só será possível se os profissionais estiverem devidamente imunizados. “Amo minha profissão e tenho muito orgulho disso. Como muitos professores, estou bastante ansiosa para o retorno das aulas presenciais. Acredito que as crianças estão perdendo muito com o ensino remoto. No entanto, sem a vacina, o retorno não será possível, pois as escolas públicas do nosso município não estão preparadas adequadamente para receber os professores e os alunos. Então, para que esse retorno de nós da educação num todo aconteça, precisamos estar totalmente imunizados”, afirma.
Nota da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Valadares garante que as escolas da rede municipal têm plenas condições de voltar a funcionar de forma presencial e que o retorno já estava marcado para o último dia 31 de maio. “Isso só não aconteceu devido a uma decisão judicial que determinou o fechamento de todas as escolas para qualquer tipo de atendimento presencial. Em entrevista recente ao Diário do Rio Doce, o secretário municipal de Educação, José Geraldo Prata, disse que garante que “todas as escolas da rede municipal estão preparadas, com critério máximo de segurança, mas elas vão continuar fechadas devido à decisão judicial”.
