O Mineirão da Pampulha em Minas Gerais, foi palco de mais um clássico no último domingo dia 9, reunindo as duas maiores forças futebolísticas do Estado, chamando a atenção de um público superior a 60.000 pessoas, embora tenha sido partida com a presença de uma única torcida em função de nossa falta de educação e de outras coisitas.
Positiva e elogiável foi a iniciativa de se fazer entrar ao palco de jogo, nos momentos que antecederam o início do clássico, um considerável número de pessoas “especiais”, todas elas em cadeiras de rodas, perfilando ao lado dos atletas de ambas as esquadras, certamente acompanhadas por familiares e integrantes da instituição que dignifica a vida do ser humano.
Não importa que a duração do acontecimento tenha sido de tempo mínimo, escasso mesmo, porém suficiente para provocar passageira reflexão do público presente e, também, daquele ligado na telinha, confortavelmente acomodado em seu sofá.
O ocorrido, permite-nos ou força nossa ou uma reflexão sobre o mundo dos humanos, que de humanos nada têm, sobre nossa curta trajetória por aqui, o que vivemos, com o que convivemos e o que podemos realizar, independentemente do estrelato ou promoção pessoal. Entendeu meu caro Bolivar outrora Pequeno Polegar?
Facultativo ou impositivo legal, eis a questão. Apregoam que vivemos em um Estado Democrático de Direito, sob a égide da Constituição Cidadã, a decantada Carta do Doutor Ulisses ou Constituição da República Federativa do Brasil como queiram.
Direitos e prerrogativas nela foram lançados e assegurados, implicando, em tese, nos chamados Direitos Sociais, tais como: direito à educação, à alimentação, ao trabalho, a moradia, a um transporte digno, ao lazer, a segurança, à previdência social, proteção à maternidade e infância e assistência aos desamparados.
Alguém já disse que “a inclusão de pessoa com deficiência é um dever com a coletividade”. E permitir a integração de um indivíduo aos demais indivíduos. Lindo de morrer. Quem o fará? A sociedade civil organizada juntamente com o Estado?
A maioria das coisas chamadas de “defeitos” não passam de diferenças. Compreensão e respeito sempre, também. Não é tarefa fácil. Falta-nos humildade e comprometimento até para cobrar de quem de Direito. Não o fazemos. Filiamo-nos ao “politicamente correto”. Pago meus impostos(será?) e não quero me expor ou mesmo me comprometer. Inferno à vista…
Limitamo-nos a outorgar procurações para determinadas pessoas nos representarem, agirem e deliberarem em nosso nome. Referimo-nos aos agentes políticos dos poderes Legislativo e Executivo. E cruzamos os braços. Nada cobramos, nada acompanhamos, nada fiscalizamos, nada de interesse coletivo reivindicamos. Paz e amor.
Diferente também não tem sido nossa conduta e procedimento quando falamos de determinados órgãos de classes. Turma dos holofotes, dos gabinetes com ar condicionado, da busca pela exposição midiática e de pouco comprometimento. Omitem-se e pouco ou quase nada fazem. Apenas engrossam o currículo.
Por uma questão de justiça, há de se registrar que os religiosos, independentemente do credo, ocupam lugar de destaque na busca da diminuição do sofrimento de nosso povo, não importando sexo, cor ou categoria social, priorizando os mais necessitados, aqueles que se encontram em estado de vulnerabilidade social. Uns abençoados…
E nós do Projeto Pingo D’Água que alardeamos a prática de pequenas ações solidarias o que temos feito? Temos participado? Estamos contribuindo? Ou apenas “apontamos o dedo”, ditamos normas, colocamos defeitos e nos omitimos nos momentos desafiadores?
A vida terrena é breve, é curta, é passageira. De cada um se espera aquilo que está a seu alcance. Existem os mais cultos, os mais capacitados, os mais sabidos e os mais espertos (ou velhacos). Água mole em pedra dura, tanto bate até….. (?) . Enquanto é tempo, faça sua vida valer a pena.
(*) Ex-atleta
N.B. 1 – Tinha que ser na última rodada. Com todo sofrimento. Mas a PANTERA escapou e permanece na prateleira de cima do futebol das Minas Gerais. Assim, será mais amena a avaliação e comentário futuros, porém não menos críticos.

N.B. 2 – Estão ocorrendo coisas estranhas, esquisitas, deploráveis e que afastam pessoas boas e bem intencionadas dos campos de futebol, incluindo dirigentes de boa índole. Arbitragens, incluindo o VAR estão influindo descaradamente nos resultados de inúmeras partidas. Ocorrem situações idênticas com tomadas de decisões diferenciadas. Um árbitro quando desgraçadamente e maldosamente é chamado pelo VAR não tem obrigação de mudar sua decisão de campo, inicialmente tomada. Mas…
As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.