por Ricardo Dias Muniz*
Hoje está prevista uma grande manifestação da população em prol do voto auditável por comprovante impresso. O voto é uma tecnologia social que mudou o mundo. Uma luta de milênios, que mostra o anseio do povo por autogovernar com liberdade e justiça.
A história começa na Grécia, com o povo arrancando o poder dos oligarcas e fundando um regime em que cada um manifestava sua vontade com voto expresso em praça pública. Romanos necessitaram desenvolver o sistema, criaram uma urna onde cada um podia depositar seu voto de confiança em um representante. Ingleses perceberam a força que um parlamento eleito tem, o que fez reduzir o poder dos reis na Revolução Gloriosa. Igualmente, os colonos das Treze Colônias exigiram participação no governo, não sendo atendidos. No entanto, a população lutou e conquistou o direito de voto e fundou os Estados Unidos da América.
No Brasil, a luta da população por voto também é algo central na história. Recentemente, a luta é por um modelo de votação que seja auditável. O sistema moderno possui vantagens, mas uma desvantagem capital: não permite a auditoria. Ou seja, não é possível que um eleitor, de maneira geral, entenda como ocorre o processo de registro e contagem do voto. Não sendo um sistema facilmente compreensível, também não é um sistema absolutamente confiável.
Se a eleição é o que confere legitimidade a um governante, não sendo confiável o sistema de votação, torna-se frágil a própria legitimidade do governo. Realidade que abre caminho para crises e mina o futuro da própria população. Um sistema inconfiável custa caro, muito caro.
Exatamente por isso é urgente desenvolver o sistema de contagem de votos. A confiança é o que confere estabilidade a uma nação, sem o qual apenas se pode esperar o caos.
*Consultor empresarial, engenheiro de produção, ativista político, colunista de opinião, estuda filosofia e direito.
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