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O encontro do tinto com outras frutas

FOTO: Freepik

Por Marcelle Justo (*)

Com origem na Península Ibérica, mais precisamente da região da Andaluzia, no sul da Espanha, a sangria era uma bebida das classes populares. Com o tempo, o preparado ganhou espaço em salões mais nobres mundo afora. E, mesmo com componentes regionais, sempre mantém a essência: vinho tinto seco, uma soda, suco cítrico e frutas diversas.

Segundo a bíblia inglesa dos drinques Difford’s Guide, nos Estados Unidos a sangria se popularizou no século 19 com o nome americanizado de Sangaree, feita em porções individuais já na taça de 300 ml.

Aqui no Brasil, a mistura também se difundiu e bares e restaurantes servem a receita clássica. Foi a pujança da indústria do espumante nacional que fez surgir uma dissidência da mistura espanhola, o Clericot. O nome remete à França, mas reza a lenda que o drinque assim foi batizado por ingleses radicados na Índia. Para aplacar o calor, passaram a utilizar vinhos mais leves, como brancos, frisantes e espumantes, no lugar do tinto. No mais, o preparo é feito da mesma forma.

Na França, a sangria segue a receita original, com um detalhe a mais, o tempero de noz-moscada! E quando é feita com Champagne (ou similar com borbulhas) vira a Sangria Royale (que seria traduzida para Sangria real).

A criatividade de bartenders, no entanto, traz sempre novidades para a dupla Sangria/Clericot e é comum encontrar os drinques com doses extras de destilado ou licor (como Vermute, Cognac, Cointreau ou outros tipos de bebida a base de laranja ou cereja).

MUITO ALÉM DA SANGRIA

Os vinhos e espumantes fazem outros drinques, como:

Mimosa: criado há mais de 100 anos em Londres, no Buck’s Club, o drinque é servido na taça flûte. Leva suco de laranja fresco e  espumante, ambos já gelados. 

Kir aperitivo: de origem francesa, faz uma proporção de cinco para um de vinho branco Chardonnay gelado, com licor de cassis ou groselha. 

Kir Royal: no lugar do vinho, utiliza-se espumante.

Bellini: criado em Veneza, na Itália, é a mescla de purê de pêssegos (podemos usar suco concentrado), licor da mesma fruta e prosecco (o espumante típico italiano).

HARMONIZAÇÃO

A Sangria clássica é o par ideal da paella, prato típico espanhol. A depender do vinho utilizado, o drinque fica melhor com a versão Valenciana (que leva frutos do mar, frango e porco) – mais encorpado – ou Marinera (apenas frutos do mar) – menos encorpado.


Jornalista e sommelière / especialista em vinhos

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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