Motorista de aplicativo tem carro roubado durante corrida em Valadares

Um motorista de aplicativo teve o carro roubado na tarde dessa quarta-feira (3,) em Governador Valadares.

De acordo com a PM, os assaltantes solicitaram uma corrida ao motorista com saída do bairro Santa Paula até o Distrito Industrial. Durante o caminho eles sacaram uma faca e anunciaram o assalto.

Ainda de acordo com o Boletim de Ocorrência, o motorista relatou que os ladrões amarraram as suas mãos e quando iriam colocá-lo no porta-malas do veículo ele conseguiu fugir.

Após ouvir os relatos da vítima, a Polícia Militar montou uma operação com o objetivo de localizar os assaltantes e, para isso, foram acionadas várias viaturas que passaram a vasculhar a possível rota de fuga com o apoio do helicóptero da corporação.

Ao mesmo tempo foi acionado um localizador de veículos em que mostrava que o carro estaria nas proximidades da cidade de Periquito, entretanto até o momento que esta matéria estava sendo redigida o automóvel e os autores do roubo ainda não haviam sido localizados.

Oportunidade de renda extra, mas de muitos riscos

Com o impacto econômico causado pela pandemia do coronavírus, muitos trabalhadores vêm enfrentando dificuldades financeiras e procurando novas ocupações para complemento do orçamento mensal. Por conta do cadastro rápido e prático, uma alternativa encontrada por parte da população foi o trabalho como motorista de aplicativos.

No entanto, esses “novos profissionais” não recebem treinamentos adequados e se lançam numa verdadeira aventura ao fazer um trabalho que passa a representar um risco para a sua integridade física e a dos passageiros. 

Nas grandes cidades a morte de motoristas de aplicativos já faz parte das estatísticas policiais. Em Governador Valadares as autoridades já começam a preocupar com essa situação devido aos vários casos já registrados na cidade. Consultada pela redação do Diário do Rio Doce, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que este ano já foram registradas algumas ocorrências de assaltos e roubos contra motoristas de aplicativos, porém não há dados exatos sobre o número de registros.

Vitor Andrade

“A gente que está na rua sempre corre risco, mas os aplicativos na verdade tê que fazer um cadastro mais rigoroso dos passageiros. Hoje tem acontecido muito do passageiro chamar em nome de uma pessoa e embarcar outra, como por exemplo: a dona Aparecida chamou para chegar lá e embarcar o marido dela. Às vezes a própria pessoa que está chamando tem que ter a consciência de avisar o motorista. Falta um pouco de cuidado também dos aplicativos com os motoristas, o cadastro [dos passageiros] tinha que ser rigoroso tanto quanto é pra gente”, analisou Vitor Andrade, motorista com 20 anos de experiência.

Assim como os passageiros devem fazer uma análise do motorista antes de entrar no veículo, Vitor também acredita que os motoristas precisam fazer uma boa leitura dos clientes ao aceitar a corrida como, por exemplo, analisar a frequência em que ele usa o aplicativo, os bairros de embarque, destino e evitar certos horários de maior violência.

“Eu trabalho por aplicativo há pouco tempo, e eu sei fazer hoje essa leitura, esses primeiros procedimentos que o motorista tem que ter. O cuidado, a cautela com o lugar, tem que avaliar o passageiro. Chegou e é estranho? Passa direto, não pega ou nem vai ao local. Tem que ter um pouco de maldade por parte dos motoristas porque às vezes ele é novo, acha que tem que aceitar um tanto de corrida no dia e que vai fazer uma fortuna, não é isso. É trabalhar também com sabedoria, porque quem vai se responsabilizar por tudo é o motorista, o aplicativo não está nem aí pra gente”, finalizou.

Lucas Reis

Lucas Reis trabalhou em dois aplicativos entre 2018 e 2020. Para ele, a mudança da forma de pagamento aumentou os ricos à segurança dos motoristas. “A partir do momento que o aplicativo autorizou o recebimento em dinheiro ficou muito perigoso. Eu andava assombrado na rua e o aplicativo não dá apoio de segurança para os motoristas. Foi por isso que parei de trabalhar como motorista. Graças a Deus nunca fui assaltado. Mas o medo é sempre constante. Principalmente para buscar pessoas em bairros periféricos”, analisou.

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