Entre os dias 8 e 11 de abril de 2025, participei de dois eventos que marcam os rumos da construção civil e do setor imobiliário no Brasil: a 29ª edição da FEICON e o 100º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), realizados na Expo São Paulo. Estar presente nesse ambiente de inovação, diálogo e decisões estratégicas reforça, mais uma vez, o quanto é essencial acompanhar de perto os movimentos que moldam o presente e o futuro do setor.
A solenidade de abertura contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de diversas autoridades de peso: o presidente da CBIC, Renato Correia, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes. O nível de representatividade institucional presente no evento já sinalizava que mudanças significativas seriam anunciadas — e foram.
Empreendimentos de R$ 500 mil
Um dos grandes destaques foi a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida com a criação da nova faixa 4, que atenderá famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Com a possibilidade de financiamento de até 420 meses e juros mais baixos (10,50% ao ano), o programa agora contempla imóveis de até R$ 500 mil. Essa medida representa uma oportunidade real de inclusão habitacional para a classe média, que historicamente enfrenta dificuldades de acesso a linhas de crédito com condições atrativas.
Para viabilizar essa nova etapa, o governo destinou R$ 15 bilhões do FGTS para a faixa 4 e direcionou recursos do Fundo Social do Pré-Sal às faixas 1 e 2, garantindo equilíbrio entre incentivo e inclusão social. O ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou que as contratações da nova faixa devem começar na primeira quinzena de maio, com potencial de atender 120 mil famílias por ano. A meta é ousada: alcançar 3 milhões de unidades entregues até o fim de 2026.
Novo tetos de renda
Além da nova faixa, o governo também ajustou os tetos de renda das demais categorias: Faixa 1: de R$ 2.640 para R$ 2.850; Faixa 2: de R$ 4.400 para R$ 4.700; Faixa 3: de R$ 8.000 para R$ 8.600.
Essas mudanças, somadas ao fortalecimento da linha de crédito habitacional, terão impacto direto na dinâmica urbana e no mercado condominial. Afinal, mais moradias significam mais condomínios, e com eles surge a necessidade urgente de profissionais qualificados para gerir, administrar e representar juridicamente essas novas estruturas residenciais.





Demanda para síndicos, administradoras e advogados
Nesse cenário, cresce também a demanda por síndicos profissionais preparados, administradoras, advogados condominialistas especializados e tantos outros segmentos do mercado condominial e construção civil, que estarão na linha de frente para atender um público cada vez mais exigente e informado. A construção de novos empreendimentos exige não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade social, visão estratégica e profundo domínio legal das relações condominiais.
Participar da FEICON e do ENIC, portanto, não é apenas uma experiência enriquecedora, mas uma forma concreta de estar alinhado com o futuro. São espaços de troca, aprendizado e antecipação de tendências. É onde decisões são tomadas, parcerias se formam e oportunidades surgem — especialmente para quem deseja atuar com excelência no setor da habitação, seja como gestor, advogado, investidor ou consultor.
A FEICON, por sua vez, reafirma sua relevância como a feira que abre o calendário da construção civil no Brasil, reunindo os maiores players do mercado, um mix completo de produtos, novas tecnologias, lançamentos e um conteúdo técnico de altíssimo nível. É um evento que dita tendências e movimenta o setor em todas as suas pontas: do projeto à execução, da inovação à regulamentação.
O anúncio da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida é uma oportunidade — mas também um alerta. É hora de nos prepararmos. De ampliar nossa atuação, qualificar nossas equipes e reforçar nossa presença junto aos novos perfis de clientes e comunidades que estão se formando. O futuro já começou, e ele passa, inevitavelmente, pelos caminhos que percorremos juntos nesses grandes encontros.
(*) Cleuzany Lott é especialista em direito condominial, Presidente da Comissão de Direito Condominial da 43ª Subseção da OAB-MG em Governador Valadares, Diretora Nacional de Comunicação da Associação Nacional da Advocacia Condominial (ANACON), Diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerai (ASALM), Síndica, Jornalista, CEO do Condominicando e cursista do MBA Administração de Condomínios e Síndicos com Ênfase em Direito Condominial (Conasi).
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Parabéns Cleuzany, ótimo conteúdo!