Querendo ou não os curiosos e simpatizantes da modalidade esportiva denominada futebol, que na terra de Cabral por décadas e décadas encantava o torcedor e que hoje já não encanta mais, está ela submissa aos interesses maiores do que se pode chamar de ‘negócio’, bem como da mídia, dos dirigentes e das torcidas organizadas.
No Brasileirão para todos os gostos – séries A, B, C e D, consequentemente envolvendo a participação de mais de uma centena de clubes, verdadeiras loucuras e atos de insanidade por parte de dirigentes de alguns que não são poucos são praticados, interesses os mais diversos são oportunizados, ainda que alguns reprováveis.
Numa disputa de uma partida futebolística pode-se vencer, perder ou empatar. Num certame, ao seu final, apenas um se torna vencedor e com colocações subsequentes que atendam a uns poucos, porém, desagradando a maioria.
Eis o inferno astral a que está sujeito e subordinado os técnicos de futebol no Brasil, independentemente da nacionalidade, do currículo, da dignidade, da capacidade profissional e de outros atributos mais. É vencer ou vencer!
Pecado maior se atribui a um treinador jovem, moderno, com novas convicções e que se propõe a fazer ou implementar algo novo, diferente e com objetivos claros. É destroçado impiedosamente pela mídia raivosa, por dirigentes despreparados e uma bandidagem rotulada de ‘torcida organizada’ onde se abrigam criminosos.
Quando muito, jovens treinadores se sustentam em clubes menores, medianos e em fase de crescimento ou posicionamento no cenário nacional. Em grandes clubes, nem pensar!
Nomes como Zé Ricardo, Roger Machado, Vagner Mancini, Jair Ventura, Rogério Ceni, Pêpa, Luan Carlos, Antônio Oliveira, Maurício Barbieri, Thiago Carpini e inúmeros outros são exemplos claros das instabilidades enfrentadas por jovens treinadores em nosso país, fritados de todos os modos.
A vítima mais recente, e que não será a última, foi Thiago Carpini à frente do São Paulo Futebol Clube. Não fez gols, não converteu penalidades máximas, não recuperou importantes atletas contundidos, ainda que não seja médico, e caiu em desgraça perante a torcida, sem falar na poderosa mídia.
O que seria de Telê Santana, Muricy Ramalho, Mário Jorge Zagallo, Nelsinho Batista, Zezé Moreira, Vicente Ítalo Feola, Ênio Andrade, Flávio Costa e inúmeros outros consagrados, íntegros e disciplinadores treinadores brasileiros, na condução de clubes futebolísticos nos dias atuais? Morreriam todos de infarto.
Aliás, ainda vivo em nossa memória os problemas de saúde que afastaram Mestre Telê Santana das atividades de técnico de futebol e que o levaram à morte. Quanto ao seu discípulo Muricy Ramalho, também problemas graves de saúde fizeram com que interrompesse sua vitoriosa carreira de treinador. Trabalha hoje nos bastidores, com menos intensidade e razoavelmente longe dos holofotes.
É bem verdade que o tal de ‘negócio’ no futebol salvou o Cabuloso das Minas Gerais de desaparecer do mapa. Grande ídolo do clube, do Brasil e do mundo, o FENÔMENO em boa hora, do jeito que pode ou a seu jeito, evitou o pior e o trouxe de volta à elite do futebol brasileiro.
Agora, como bom negociador, o transfere a peso de ouro para um ricaço cruzeirense que não tem mais lugar para colocar tanto dinheiro e passa a ter o clube estrelado como joia de estimação. Oxalá, dê certo! Aparenta ser uma pessoa passional.
Enfim a realidade atual do esporte das multidões chamado futebol passa necessariamente pelos interesses da mídia, de dirigentes profissionais, das criminosas torcidas organizadas, sendo sim um interessante NEGÓCIO.
(*) Ex-atleta
N.B.1 – O episódio envolvendo os atletas do Fluminense Futebol Clube é uma mostra clara do despreparo familiar, do trabalho da base, da falta de educação e cultura de nossas crianças e adolescentes ao arrepio da CF e do ECA.
N.B.2 – A mídia raivosa já iniciou o processo de fritura do TITE à frente do Clube de Regatas do Flamengo. E de Fernando Diniz à frente do Flusão. Como diz Valdemar ‘Pena’: “Só Deus no comando”.
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Comments 1
O futebol contemporâneo é, de fato, marcado por uma série de loucuras e incertezas que o tornam tão fascinante e imprevisível. Este artigo parece abordar esses aspectos, destacando as complexidades do mundo do futebol, desde as decisões dos dirigentes até as reviravoltas nos jogos. A imprevisibilidade do esporte é parte do que o torna tão emocionante para os fãs, enquanto as mudanças constantes e os desafios enfrentados pelos clubes refletem a natureza dinâmica e competitiva do futebol atual. Obrigado por compartilhar essa reflexão sobre o universo do futebol! ⚽