Na manhã da última quinta-feira (23), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) confirmou um caso atípico de “Vaca Louca” no município de Marabá, no estado do Pará. Diante das avaliações realizadas até o momento, tudo indica que o caso é isolado, visto que a doença surgiu no animal de forma espontânea, devido a idade avançada do bovino em questão.
Isso porque outra forma que os animais têm para contrair a doença é através de ingestão de proteína animal, como, por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos.
De acordo com os responsáveis pelo protocolo sanitário, o animal contaminado se trata de um touro de nove anos (idade avançada para a espécie), proveniente de uma pequena fazenda do estado. Ele foi sacrificado e incinerado. As amostras para exame de tipificação foram colhidas e enviadas a um laboratório de referência no Canadá. De acordo com o superintendente de relações institucionais da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Altino Rodrigues, não há razão para uma movimentação brusca no mercado da carne bovina visto que os animais brasileiros são alimentados a pasto.
Analisando o mercado nacional, o Brasil exporta aproximadamente 5% da carne bovina para a China. Diante disso, o restante da produção é destinado para atender a demanda nacional. Sendo assim, não há necessidade para alardes e negociações às pressas do boi gordo, com tendência de queda no preço, o que pode acarretar prejuízos aos produtores rurais. O mercado neste momento exige calma para aguardar os desdobramentos do episódio.
(*) Engenheiro-agrônomo e gerente de Política Leiteira da Cooperativa
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