Na década de 70, lá para as bandas do Mamudão, mitigou no Democrata Pantera um trio de meio campistas “meia boca” integrado por Luizinho, Roberto Felipe e Welington. Certamente que o Regional de 1.973 teria sido a maior e mais valorizada conquista do mencionado trio e demais componentes do grupo.
A “trinca”, abençoada por Deus, tomou rumo na vida, tornando-se todos profissionais liberais bem sucedidos. Roberto Felipe, altamente religioso, foi recolhido pelo Criador do Universo. Deixou um legado e muitas saudades.
Rabiscando semanalmente simplórios textos e os encaminhando a um considerável grupo de amigos e conhecidos para leitura impositiva, ocorrem comentários os mais diversos, inclusive reprovações e discórdias.
De WELINGTON Francisco Alves Cunha, hoje, com todo merecimento deitado eternamente em berço esplêndido no Vale do Aço, recebemos rico e oportuno texto da autoria de Thiago Dnardo que achamos oportuno transcrevê-lo para os amantes do esporte das multidões. Vejamos:
“Falar sobre a atual fase da seleção brasileira de futebol não é falar apenas sobre futebol. O esporte que sempre foi a identidade brasileira no mundo, também reflete o comportamento do povo. A marchinha da copa de 62 dizia “A taça do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa…O Brasileiro lá no estrangeiro mostrou o futebol como é que é”. Este trecho aponta para o comportamento criativo e ousado do Brasileiro, que jogava confiante, que ia para ensinar, seguro do que faria.
Os jogadores, quase todos de origem humilde, enfrentavam dificuldades sociais na vida, precisavam vencer desafios, não se intimidavam com as adversidades, improvisavam para viver. E era exatamente isto o que Garrincha, Pelé, Didi e outros faziam em campo. Depois veio o improviso do Zico, o galo de Quintino, garoto do subúrbio. A auto confiança e malandragem de Romário, a mesma que ele aplicava nas peladas que disputava na Vila da Penha. Depois, a objetividade e força do Ronaldo, a eficiência e seriedade do Rivaldo, e a molecagem auto confiante do Ronaldinho Gaúcho. A disciplina objetiva do Kaká foi o último suspiro desta identidade.
Depois veio a geração Neymar, e agora a geração Vinícius Júnior. E esta fase marca não só a derrocada da Seleção Brasileira, como a perda da identidade de tudo o que a seleção era. Mas, como a identidade da seleção sempre esteve ligada ao que o povo era, não dá para achar que a geração Neymar e Vinícius Júnior é caso específico do futebol. Ela é um fenômeno comportamental. Neymar, Vinícius Jr e Cia são jogadores que não precisaram lutar por nada. Bajulados por todos os lados, nunca precisaram exercitar a criatividade na vida. São bobos, fabricados. De longe, não transmite a espontaneidade de Romário, Ronaldo, Bebeto. A criatividade que possuem foi toda direcionada às futilidades. Baladas, polêmicas, dancinhas, roupas, bobagens. E esse é justamente o comportamento deles em campo.
A geração Neymar e Vinícius Jr exerce sua habilidade em campo de forma fútil, sem objetividade, com inúmeros lances improdutivos. Neymar passou boa parte de sua carreira na seleção dando dribles e sofrendo faltas na linha lateral, na altura do meio de campo. As chuteiras coloridas, tatuagens em dia, cabelo também. E aquelas dancinhas ridículas também.
Assisti ontem ao jogo da Argentina contra o Equador. É um jogo de homens. As comemorações são de homens, há um sentimento de gana que é transmitido. Quando vejo a seleção brasileira, a impressão é de que se trata de um grupo de amigos adolescentes. Dancinhas ridículas, palhaçadas, e um monte de marmanjo de 30 anos dizendo que é menino. Desestabilizados emocionalmente, choram à toa. Lembro-me das seleções que eram assim. Colombianos gostavam desse negócio de cabelo colorido e dancinha. Sua seleção era engraçadinha, todo mundo curtia, mas ninguém levava a sério. O mesmo acontecia com Nigéria e outras. Hoje todos pararam com isso, todos levam a sério, e o Brasil estacionou nessa adolescência mental. Insuportável ver Paquetá, Vinícius Jr e Cia rebolando após um gol.
Agora, o pior. Neymar, Vinícius Jr e Cia não vieram de outro Planeta. Eles são o extrato mais fiel do comportamento brasileiro atual. Disciplina nunca foi nosso ponto forte. E até mesmo o poder de improviso de antes, hoje foi todo direcionado para futilidades. É triste, mas a seleção brasileira nos representa.” (Thiago Dnardo).
No futebol de negócios, de interesses e de tantas falcatruas, é preciso ter coragem para dizer verdades, pelo menos algumas poucas verdades. Pobre futebol brasileiro que um dia foi o melhor do mundo.
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Final da Copa da UEFA na Alemanha: público, estádio, arbitragem, comportamento dos atletas, cumprimento de horário, nível da partida.
N.B.2 – Final da Copa América nos EUA: uma lástima em todos os sentidos.
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