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Antes e depois de uma eleição

FOTO: Freepik

Gostam muito é de proselitismos. Falamos de candidatos antes de uma eleição. Nessa época é comum o aparecimento dos antigos caciques candidatos, com promessas de campanha já conhecidas. De vez em quando permitem um espírito novo. Anunciam resolver tudo: implantação de indústrias, duplicação de rodovia e de ponte, construção de hospital, de aeroporto, desenvolvimento sustentável e saneamento, principalmente, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).

O interessante é que toda vez que prometem, tem-se a primeira impressão que é pra valer, mas passada a eleição, a primeira coisa que se faz é demitir as “mocinhas” que trabalharam durante o pleito distribuindo panfletos e agitando bandeiras, além de fechar imediatamente o comitê de campanha.

Abusam da retórica. Passam-se os anos e pouca coisa muda. Um grande conjunto habitacional fica para a próxima; asfalto duplicado foi tão somente promessa de todos; e nenhuma peça de uma grande indústria é montada. A população até esquece em quem votou.

Depois que um candidato se elege, é comum a divulgação na mídia de seus cumprimentos pelo aniversário da cidade; quando acontece um grande evento como a exposição, aparecem banners e faixas saudando a plateia. É uma festa? Estão lá! É uma atividade cultural na praça? Estão presentes! É para patrocinar uma corrida? Estão lá! Alguns são como papagaio de pirata.

De vez em SEMPRE o próprio cidadão, e até mesmo os próprios políticos transferem para os eleitores a responsabilidade pela eleição de um candidato pouco qualificado. Afirmam que o eleitor é quem deve saber escolher o candidato ideal, e que os maus atores políticos são escolhidos por aqueles que não sabem votar. Mas essa tese não se sustenta assim. Em primeiro lugar aqueles considerados oportunistas ou eleitos por protesto, assumem o poder por conta de uma legislação eleitoral que os privilegia. Promessas para reforma política são muitas, por muitos anos, mas dificilmente acontece. Por outro lado, a obrigatoriedade do voto leva à formação de currais eleitorais, sempre pontuados por eleitores pouco esclarecidos. Propagandas institucionais que tentam esclarecer sobre o prejuízo que é a venda do voto, são positivas. Mas num país de tantos carentes como o Brasil, o eleitor se torna uma presa fácil. Somente uma profunda reforma institucional pode melhorar significativamente esse quadro.

Ver candidato beijando populares, visitando favelas, comendo pastel em mercado municipal e prometendo “vamos fazer isso, vamos fazer aquilo”, como se em um único mandato pudessem resolver todos os problemas do cidadão, são proposições utópicas. Pela prática política apresentada até hoje, é difícil acreditar. É preciso investimento pesado em educação, infraestrutura e muito saneamento básico. Será que algum dia resolverão o crônico problema do córrego Figueirinha, que se tornou um esgoto a céu aberto?

Outro ponto interessante é que alguns tentam ser mais fortes que o estado, quer seu controle a qualquer custo, e, na maioria das vezes, são resistentes à construção de um estado moderno. A ideia que se tem é a de que, gestão pública é assunto de interesse privado, de oligarquias e grupos patrimoniais, que exercem suas funções pessoalmente, onde perseguem, promovem, premiam e bloqueiam. O recrutamento para postos-chave da máquina administrativa é dependente dos acordos políticos, nunca da competência, da eficiência do político ou da meritocracia no funcionalismo.

Um avanço para o país foi a aprovação da Lei Ficha Limpa. Ela tem impedido que candidato enrolado com a Justiça por abuso de poder político, econômico ou condenado por órgão colegiado judicial dispute eleição. Agora fica inelegível por oito anos. Esse prazo deveria ser mais elástico, é uma punição muito branda, muito pouco tempo, mas de qualquer forma essa lei foi um avanço.


(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: crisffiadv@gmail.com | Whatsapp: (33) 98807-1877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente

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