Quando vivemos a esperar que os outros sejam diferentes do que eles são, passamos a viver em eterna frustração e descontentamento.
Mesmo que acreditemos que o outro seria mais feliz se ele fizesse exatamente aquilo que entendemos ser melhor para ele, devemos nos manter em nosso lugar, pois não temos o direito sobre a vida do outro.
Se nós criamos uma expectativa que não condiz com a realidade, somente nós poderemos nos desfazer dela. Nunca será responsabilidade ou culpa do outro, sempre nossa.
Nossas ilusões são da nossa conta; não devemos cobrar uma conta que é nossa e jogá-la nas costas do outro.
“Se você não espera nada de alguém, nunca fica desapontado.” – Sylvia Plath
Todos nós viemos a esse mundo com uma missão, com um propósito. Alguns se desviam do próprio caminho para assumir um caminho imposto por outros. Isso acontece muito com a relação mãe/pai/filho, às vezes entre marido/esposa, mas, geralmente, os pais são os maiores criadores de expectativas e os maiores responsáveis pela frustração dos filhos.
O problema é que ninguém pode ser quem nós queremos que ele seja.
Nossos filhos são seres independentes, foram confiados a nós para que cuidemos e eduquemos, mas nos foi explicado claramente que deveríamos criá-los para que pudessem viver sua própria vida de forma independente, do jeito que decidirem e acharem que devem.
A única maneira de criar filhos fortes é ensiná-los a ter autonomia.
Pais que nunca deixam seus filhos fazerem escolhas, que sempre criticaram as suas atitudes, que acreditam que seus filhos não são capazes de se virar sozinhos, são “pais que afundam”, sim, pais que levam o filho para um buraco chamado “dependência”.
Filhos dependentes são pessoas infelizes, e a infelicidade é um estado permanente na alma desses que vivem a frustração de não conseguir suprir as altas expectativas de seus pais.
O que seus pais não sabem e não querem enxergar é que eles são muito bons sendo eles mesmos. Eles querem estar confiantes e confortáveis em ser quem são e, se quiserem mudar, mudarão em seus próprios termos, não nos seus.
Qual a solução para esse dilema?
Viver a SUA vida, fazendo o máximo para o SEU próprio desenvolvimento.
Aqueles que vivem a vida não possuem tempo para se preocupar, porque exige tempo e esforço.
Pessoas que são felizes independentemente das escolhas do outro, em geral, desconhecem a palavra: EXPECTATIVA.
Nem sempre será fácil respeitar o outro, viver de acordo com as suas vontades, mas é necessário e imprescindível. A vida do outro é dele, apenas dele.
Geralmente, quem sofre por não ver acolhida sua opinião dentro da vida do outro é a pessoa que acredita que a vida deveria girar em seu entorno e tem que ter baixo limiar as frustrações (imaturidade emocional).
Esse tipo de pessoa precisa entender que nascemos sozinhos, encontramos pessoas pelo caminho, mas morreremos sozinhos, e o que fica são nossas experiências, nossas relações com a vida e com as pessoas, e aqueles que são privados de ser quem são, para cumprir as expectativas daqueles que dizem saber o que é melhor para eles, tendem a ser sempre as pessoas mais tristes.
Os criadores de expectativas profissionais, depois, ainda afirmam:
“Eu não sei por que meu filho tem depressão, eu sempre fiz tudo pra ele!”
Ou então:
“Eu não sei por que meu marido é agressivo, eu faço tudo pra ele!”
Fazer tudo é o grande erro.
Ninguém precisa que façam tudo para ele. As pessoas precisam se sentir livres para fazerem suas próprias escolhas, precisam sentir que possuem autonomia e pessoas ao lado que confiam nas suas escolhas de vida. Portanto, pergunte-se agora se o seu sofrimento atual possui raízes nas expectativas que você criou em relação ao outro.
Se a resposta for sim, você precisa se libertar desta busca irreal de controle emocional e libertar do outro, para, daí, viver sua vida e realizar com AÇÕES CONCRETAS às SUAS expectativas sobre você mesmo(a).