Polícia rejeita legítima defesa em morte do prefeito do Naque

O inquérito policial sobre a morte do ex-prefeito do Naque, Hélio Pinto de Carvalho, o Hélio da Fazendinha (PSDB), está concluído e foi encaminhado ao Ministério Público. Hélio foi morto a tiros pelo vereador Marcos Alves de Lima, o Marquinho do Depósito (PSDC), na manhã de 13 de julho. Marquinho, que está preso em Açucena e não deve retornar às atividades parlamentares, alega que disparou em legítima defesa, mas a Polícia Civil rejeitou essa possibilidade.

“Desde o início das investigações, ficou constatado que o autor do crime seria o agente provocador. Não há o que dizer, portanto, em legítima defesa, porque não restou comprovado que Hélio teria iniciado as discussões e agressões”, destacou o delegado responsável pelo inquérito, João Luiz Martins Barbosa. Segundo a Polícia Civil, as apurações indicam que a motivação do crime seria uma disputa por terras, em terreno do vereador Marcos Alves que faz divisa com um terreno do município.

Marquinho do Depósito e Hélio da Fazendinha eram adversários políticos e discutiram na manhã do crime. Poucas horas depois, Marquinho foi preso em Governador Valadares e, ao apresentar marcas no corpo, disse que foi atacado por Hélio a chicotadas. Liberado na noite seguinte em audiência de custódia, Marquinho foi detido novamente em Vitória, no Espírito Santo, no dia 16 de julho. Da capital capixaba, o vereador foi transferido para Açucena, onde está preso até hoje.

O advogado do parlamentar indiciado, Evaldo Braga da Silva, aguarda julgamento de habeas corpus e espera que Marquinho do Depósito possa responder em liberdade. Mesmo com a conclusão do inquérito por parte da Polícia Civil, o advogado do vereador permanecerá com a tese de legítima defesa. “O inquérito foi feito com base em relatos de testemunhas. É um direito legal e constitucional do delegado fazer essa interpretação, mas não concordamos com essa tese. Vamos apresentar nossa defesa”, disse Evaldo.

Renúncia ou cassação

Preso em Açucena e afastado das atividades parlamentares, Marquinho do Depósito não deve retornar à Câmara Municipal do Naque. “Não tenho o ponto de vista definitivo dele, se ele vai renunciar ou se a Câmara vai cassá-lo. Mas exercer o mandato ele não vai. Ele não tem pretensão de voltar ao Naque”, afirmou o advogado do vereador. Com a morte de Hélio da Fazendinha, o vice-prefeito, Professor Fernando da Costa Silva (PROS), assumiu a Prefeitura.

por THIAGO FERREIRA COELHO | thiago@drd.com.br

 

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