Luiz Alves Lopes (*)
Somos do tempo da tabuada e do soletrar em que nossas saudosas mestras da infância e da adolescência, com carinho, dedicação e uma paciência de JÓ, nos passavam conhecimentos e vivacidades, atributos descartados nos dias atuais. Culpa da máquina…
Aqui e lá fora, por aqui em especial, as disputas futebolísticas se desenrolam quer sejam em termos de estaduais, brasileirões A, B, C e D, Copas e outros que tais, movimentando gente e negócios em quantidade e qualidade, mas sem qualidade também.
Além disso muito mais do que movimentação, a modernidade proporcionou o surgimento de espaços midiáticos, de boas e más qualidades, que informam e também infernizam a vida de muitos que desenvolvem atividades profissionais no mundo do futebol. Ou seja um verdadeiro inferno astral!
Contudo atento à saudosa tabuada ou mesmo valendo-nos da maquininha da era moderna, não é difícil chegar à conclusão de que em qualquer certame disputado, ao seu término, apenas um será o vencedor, ocorrendo ainda classificações secundárias para outras competições futuras, não menos importantes.
Realidade atual
Mas qual a realidade dos dias atuais? Atletas, treneiros e dirigentes estão na berlinda, diuturnamente têm sido altamente criticados, ofendidos e crucificados como se tivessem atirado “merda” na Cruz de Cristo. Têm faltado respeito e conduta profissional.
O futebol é uma ciência exata? O saudoso Neném Prancha dizia que não. Zé Rodinha, também. Provavelmente há unanimidade em relação a tais entendimentos, eis que se tratam de pessoas dotadas de conhecimentos pouco comuns e que deixaram saudades.
A INTER de Limeira foi campeã paulista sob a batuta do seu PEPE. O Siderúrgica de Sabará foi campeão mineiro sob a batuta do seu Iustrich. O Ipatinga também foi campeão mineiro sob a batuta de Nei Franco. E o Ameriquinha do Rio, com o desconhecido Jorge Vieira, foi campeão carioca na década de 60.
O Paulista de Jundiaí foi campeão da Taça Brasil sob o comando de Wagner Mancini. O Criciúma de Santa Catarina também foi campeão da Taça Brasil, sob o comando de LUIZ FELIPE SCOLARI. E o Santo André, dirigido por Péricles Chamusca, também figura entre os vencedores da Taça Brasil.
É preciso mudança de comportamento
Quando equipes menores, ainda que tradicionais, porém, de posses e recursos menores se tornam vencedoras, pouco se reflete, discute e noticia sobre os trabalhos desenvolvidos e que culminaram com os resultados alcançados. Quase sempre voltam-se os olhares para o derrotado, sobre ele tripudiando.
Comentaristas, analistas, jornalistas, paus mandados e mequetrefes para ninguém botar defeitos, extravasam ódio, rancor, mau humor e muita má vontade para com o lado derrotado, extrapolando em suas funções ou prerrogativas. A maioria despreparada.
O Palmeiras, obrigatoriamente tem que ganhar tudo? O Flamengo, também? Aliás não é bonito, interessante e importante ver o Botafogo se destacando? Um Fortaleza se intrometendo onde não foi chamado? E o Massa Bruta dificultando a vida de pretendentes à Liberta do próximo ano?
Portanto é preciso uma mudança de comportamento, valorizando e respeitando as conquistas de quem trabalhou, lutou, enfrentou adversidades, mostrou qualidades e competência, colhendo merecidamente frutos positivos. Vencedores que como tal devem ser vistos.
Com maquininha ou sem maquininha, é certo que apenas um pode ser o vencedor, ainda que outros tenham trabalhado bem, buscando sempre o melhor, porém, sucumbindo diante de quem, em determinado momento, esteve ou estava melhor, ou mesmo que tenha sido bocejado pela sorte. É o futebol, que não é a nobre arte…
(*) Ex-atleta
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Os juizes vivem tentando dar a vitória a clubes de maior “prestígio e dinheiro”.