Vou narrar um pouco de história… sobre quando as lojas deixaram de ser um local frio, onde as pessoas iam apenas comprar o que precisavam, para se tornarem espaços de passear, pertencer e desejar.
Mas antes disso, o comércio era bem diferente. Até meados do século XIX, as lojas eram pequenas e especializadas: uma só vendia tecidos, outra chapéus, outra sapatos. Cada uma com dono, balcão e clientela própria.
Tudo muda em 1852, com o surgimento do Le Bon Marché, o precursor das grandes lojas de departamento e galerias. Um prédio monumental, de arquitetura impressionante, que reunia tudo em um só lugar e convidava o público a viver algo novo: caminhar, comparar, tocar e desejar.
Foi ali que o ato de comprar mudou para sempre. O comércio deixou de ser funcional e passou a ser emocional. As lojas viraram destino, e não apenas ponto de venda. No século XXI, essa ideia se tornou regra: vender é criar experiência. Marcas como Apple, Nike e Starbucks entenderam isso. O espaço é o primeiro canal de comunicação com o cliente; ele fala antes de qualquer palavra.
E é aí que está o segredo dos negócios que crescem: eles vendem através da sensação. Porque o cliente pode não lembrar o preço, mas nunca esquece o que sentiu dentro de um lugar bonito.
A arquitetura comercial é isso: o encontro entre estética e estratégia. Quando bem pensada, transforma um simples comércio em um espaço que atrai, encanta e vende.
(*) Arquiteta e urbanista | Entusiasta e estudiosa da arquitetura comercial e seus impactos | Instagram: @marianatorresarq | Telefone: (33) 99914-9198
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