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Ganhar ou perder tempo?

FOTO: Pexels

Ao longo dos anos, não foi raro ter ouvido a expressão “ganhar tempo ou perder tempo”, e, certamente, a grande maioria das pessoas já ouviram. Fulano fez um negócio, mas foi para ganhar tempo para fazer outro melhor, mais a frente. Ciclano fez proposta para não perder tempo.

Podemos notar, claramente, que a “estrela da companhia” é o tempo. Esse tempo que não para, para nada, e nem para ninguém. Tempo que não discrimina nenhum ser vivo, e é muito democrático: igual para todos!

E o certo, é que o tempo não espera, e as oportunidades surgem durante o “tic-tac“ do relógio. Muitos ficam olhando o tempo e as oportunidades passarem a sua frente, como se fossem eternos. Ledo engano! Não sei se por ingenuidade ou crença de que podem dominar “as horas”.

Muitos tomam suas decisões com base no tempo, tentando “ganhar um espaço temporal, que lhes dê uma vantagem para melhores soluções futuras. Na verdade, tem gente que brinca com essa grandeza física que rege as nossas vidas.

Entendo que, nem sempre, decisões que são postergadas para outro momento para “ganhar tempo”, atingem seus objetivos ao final. Oportunidades raramente voltam a aparecer em nossa caminhada por esta terra.

Certa vez, ouvi, de um amigo, uma estória bem interessante sobre o tempo.

Num reino muito distante, um cidadão a estar prestes a ser enforcado, pediu ao rei, para que sua sentença fosse suspensa por 5 anos. Havia uma lei antiga que permitia tal súplica, mas houve uma inovação por parte do condenado. Ele pediu ao rei a suspensão, requerendo a sua clemência, caso, depois desse período, conseguisse fazer seu burrinho falar. O rei e todos os presentes no ato da execução soltaram grandes gargalhadas! Ah, respondeu o “todo divino monarca”: todos sabem que burro não fala, e nem falará nunca! Você só está ganhando um “sopro” de vida. Com certeza vai ser enforcado daqui a 5 anos. Mas tudo bem! Vou conceder seu pedido!

Ao retornar para casa, sua mulher, aos prantos, perguntou o que teria acontecido para ele voltar vivo. Após contar toda a estória para a família, ouviu muitas gargalhadas, também, e sua esposa disse: você sabe que nunca conseguirá o que prometeu ao rei em troca de sua vida! Ao que ele respondeu, com um largo sorriso no rosto: pode ser que não consiga fazer nosso burro falar, mas em 5 anos pode acontecer muita coisa, o rei pode morrer, e tudo mudar, já que a decisão dele é personalíssima, e não permitida para outro que por ventura assuma em seu lugar; o burro pode ser que morra, e ganhei um tempo a mais de vida com minha família!

Ao “final e ao cabo”, o tempo não para mesmo, mas podemos, sim, ganhar com ele, ou perder com ele, dependendo de nossa decisão, já que não temos o domínio do “tempo futuro”.

As nossas decisões, AGORA, vão definir o nosso tempo no futuro, e, se vamos ganhar ou não, depende muito, se nossos planos estão de acordo com os planos de Nosso Criador, sem nos esquecermos, de que o nosso tempo (cronos) é diferente do tempo de Deus (Kairós).

Portanto, não percamos tempo. Nosso tempo é AGORA!

“Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens, Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez”.
Eclesiastes 3,10-11

“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.
Gálatas 6,9


(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro


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