Paz e bem, caros leitores!
Findando as festas de momo, a quarta-feira abre um tempo especialíssimo para o Cristianismo. Após receber o sinal das cinzas, o cristão católico, por este simbolismo, ao mesmo tempo renuncia e manifesta seu arrependimento do pecado. Abre-se, assim, um novo tempo.
A partir de então, contam-se quarenta dias de muita reflexão, com base no jejum, caridade e oração. Estas três propostas desafiadoras sugerem uma rememoração dos 40 dias e 40 noites, vividos por Jesus no deserto.
Ele, que veio com a missão de uma promessa salvífica, agora será consumada com os braços estendidos num patíbulo.
Saibamos nós, portanto, em primeiro lugar, enxergar, com serenidade e lucidez, que praticar a caridade proposta, é se espelhar nos gestos de misericórdia do próprio Cristo, que sempre viu nos pobres e humildes, um caminho de profunda intimidade com o Pai.
Em segundo, o jejum, que vai muito mais além de se abster de algo. É se reconhecer necessitado de todo bem e toda graça vindos de Deus, e, que, por mais que tenhamos, sempre haverá algo que nos complete, e que, por mais que nos falte, sempre o Pai nos proverá.
Por fim, mas o principal, a oração, que é o nosso diálogo íntimo com Deus. Por meio dela, tanto podemos dar o nosso SIM ao chamado do Senhor, como podemos suplicar a Ele o Seu SIM, para que possamos nos dignificar trilhar pelos Seus caminhos.
Se compreendermos estas peças-chaves, com certeza, teremos vivenciado nossa Quaresma, ou seja, estaremos preparados para celebrar o ápice da Liturgia católica: que é a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
E assim, já teremos respostas diante de tantas dúvidas, fraquezas e inquietações, pois aquele que nos fortalece, foi o mesmo que sofreu grandes e inúmeras tentações – foi duvidado, humilhado, açoitado e cravejado numa cruz, mas também é o mesmo que hoje chamamos de “meu Deus, meu Senhor!”.
Portanto, não pensemos que a dor e o sofrimento vão nos diminuir, pois foi por este caminho que um pobre galileu, encarnação do Verbo, sofreu o que sofreu, para nos remir dos pecados, mas, também, para nos mostrar que a nossa “morte de cruz” pode ser experimentada nestes simples pilares, que o tempo quaresmal nos propõe: ORAÇÃO, JEJUM E ESMOLA.
E no mais, que o Espírito Santo nos revista com Seus sete dons, para que possamos corresponder com fé e humildade aos anseios do Pai. Assim seja!