Estamos prestes a encerrar mais um ano e, com ele, surge a oportunidade de refletir sobre os pilares do sucesso em qualquer empreendimento. Entre esses pilares, a comunicação se destaca como essencial. Ela é a chave para garantir transparência, ética e compromisso. Nos condomínios, isso é ainda mais evidente, pois a reputação do síndico e a harmonia da comunidade dependem diretamente de como as informações são compartilhadas e recebidas.
A gestão condominial evoluiu. Antes, os condôminos elegiam um síndico apenas para cuidar de boletos, da zeladoria e outros recursos administrativos. Hoje, eles reconhecem a complexidade dessa função. Mesmo os prédios mais simples demandam uma gestão profissional, apoiada por tecnologia e automação. O síndico precisa estar capacitado para lidar com legislações rigorosas, relações interpessoais complexas e a responsabilidade de liderar equipes e fornecedores.
Nesse contexto, os condôminos deixaram de ser apenas moradores e assumiram o papel de condoclientes. Essa nova postura reflete a mudança de mentalidade: eles exigem qualidade, transparência e resultados. Os conselheiros também ganharam protagonismo, participando ativamente das decisões e cobrando gestão eficiente.
Para o síndico, a comunicação é o elo que conecta todas essas peças. Ela garante que as informações sejam claras, que as decisões sejam compreendidas e que as expectativas sejam alinhadas. Um exemplo disso é a prestação de contas: quando bem feita e acompanhada de explicações detalhadas, reforça a confiança dos condôminos e evita conflitos. Por outro lado, a falta de comunicação pode levar à desconfiança e à insatisfação.
Outro ponto fundamental é a gestão de crises. Imagine um problema com um fornecedor ou uma emergência estrutural. Sem comunicação eficaz, a situação pode se agravar, gerando boatos e prejudicando a imagem do síndico. Já uma abordagem transparente e proativa pode transformar uma crise em uma oportunidade de fortalecer a relação com os condôminos.
A tecnologia é uma aliada indispensável. Plataformas digitais, aplicativos e grupos de mensagens facilitam a troca de informações, mas é essencial que sejam usados com responsabilidade. A comunicação precisa ser assertiva, respeitosa e eficiente, evitando ruídos que possam gerar mal-entendidos.
Por fim, a reputação do síndico é um fator determinante na hora da escolha. Um síndico que comunica com clareza, que demonstra ética e que se compromete com os resultados constrói uma história de sucesso. Em contrapartida, falhas na comunicação podem comprometer sua imagem e o futuro do condomínio.
Ao olharmos para o próximo ano, o desafio é continuar evoluindo. Que a comunicação seja vista não apenas como uma ferramenta, mas como um valor que permeia todas as relações. Afinal, é ela que não apenas constrói histórias de sucesso, mas também pode determinar fracassos. Nos condomínios ou em qualquer outro contexto, a comunicação é a base para construir um futuro mais transparente, colaborativo e eficiente.
(*) Cleuzany Lott é advogada especialista em direito condominial, cursando MBA Administração de Condomínios e Síndicos com Ênfase em Direito Condominial (Conasi), síndica, jornalista, Diretora Nacional de Comunicação da Associação Nacional da Advocacia Condominial (ANACON), diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM), produtora de conteúdos e apresentadora do podcast Condominicando. (@cleuzanylott)
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Comments 1
Brlhante explanaçáo
Princípios e conduta acertivos.
Agradeço