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A estrada

IMAGEM ILUSTRATIVA: Freepik

Depois de mais de 30 anos de promessas, está agendado mais uma vez a data do leilão que vai definir qual ou quais construtoras que finalmente – é o que se espera, irão concluir a duplicação da BR 381, rodovia BH – Valadares: acontecerá no dia 28 de agosto de 2024, às 14 horas, na sede da B3 (Bolsa de Valores), em São Paulo.

A novela dessa duplicação pode ser considerada um mistério. A estrada de 310 km já foi alvo de várias licitações, de começos e recomeços das obras, alguns pequenos trechos já duplicados, tuneis que esperam por finalização, paradas constantes de motoristas nas pistas à espera de dinamitação de pedras, e como ocorre nessas dezenas de anos, os brasileiros se enchem de esperança e ilusão de que o empreendimento “agora vai”.

Um exemplo em relação à nossa realidade, é o que acontece nos países desenvolvidos. Um trecho de 150 metros de uma rodovia destruída por um terremoto em março de 2011, numa província ao Norte do Japão, foi reconstruído em apenas seis dias pela empresa responsável. Detalhe: uma recuperação de altíssima eficiência e qualidade. Por analogia de progressão (regra de três), se fosse no Japão, a duplicação dos 310 km da 381 seriam concluídos em no máximo três anos.

O Brasil é um país que ainda carrega fortemente sinais de um país que promete “que vai dar certo”, o caso da BR conhecida como Rodovia da Morte é um exemplo de ineficiência, desperdício do dinheiro público e politicagem. É de conhecimento geral a sua periculosidade, são várias tragédias registradas com milhares de mortes em sua triste história. Como já são muitos anos de promessas (30, 40, 50 anos), pode ser que o projeto em pouco tempo já não atenda mais às necessidades recentes, em função do aumento significativo do tráfego de veículos.

Uma demonstração de contradição é que, ao contrário da estrada ter como fundamento basilar com um projeto que seja referência de modernidade e que que reduza o número de acidentes, discute-se primeiro o valor do pedágio, se deve ou não pagar a tarifa antes da obra ficar pronta, e no final, tem se a sensação de que o contribuinte é sempre enganado.

Com nova licitação a continuidade da duplicação está dividida em três frentes. Uma é o lote que prevê a duplicação pela iniciativa privada entre Governador Valadares e Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os outros dois lotes, 8A e 8B, com o processo licitatório a cargo do DNIT, estão em áreas mais complexas. O lote 8B compreende o trecho entre Ravena e o Anel Rodoviário de BH, que prevê muitas desapropriações, e o lote 8A, entre Ravena e Caeté.

Frente a tal situação, período de tempo muito longo sem que se resolva definitiva e urgentemente a questão, essa licitação poderia ter formato internacional, e quem sabe, uma empresa americana ou japonesa assuma a obra com características de eficiência, rapidez, tecnologia e qualidade. Pode até ser que financeiramente saia mais em conta. Caso contrário é possível que continuaremos a ver à beira da estrada, cruzes e velas colocadas perto dos locais dos acidentes, clara demonstração de que somos ainda um país para acontecer.


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