De acordo com os dicionários da língua portuguesa ser nobre é ser muito conhecido, notável, célebre, que é de descendência ilustre, majestoso, ou seja, aquilo que vem de majestade, do rei, generoso, elevado, sublime, relativo à classe daqueles que pertencem a nomes ilustres, que tem títulos nobiliárquicos.
Existem vários títulos nobiliárquicos, e o pouco que se sabe é que eles obedecem a uma certa ordem, e assim está estabelecida a hierarquia:
DUQUE: título nobiliárquico inferior a um príncipe, superior ao de marquês e comandante militar da tropa;
MARQUÊS: título nobiliárquico superior ao de conde e inferior ao de duque;
CONDE: título de nobreza imediatamente superior ao de visconde e inferior ao de marquês;
VISCONDE: título de nobreza cuja categoria é superior à de barão e inferior à de conde;
e BARÃO: título nobiliárquico, o menos graduado na hierarquia dos titulares, magnata, homem ilustre, homem nobre que possuía uma terra com título de baronia, senhor feudal e imediatamente inferior à visconde.
É preciso entender também que nobiliárquico vem de nobiliarquia, que é a arte ou livro da nobreza que trata dos APELIDOS, armas e brasões ou tratado da genealogia hierárquica de alguma família.
Assim toda pessoa que possui um APELIDO é nobre, isto sem fazer jogo ou piada, o que definitivamente não faz parte do perfil e nem é a finalidade dos artigos. Por essa analogia este articulista é nobilíssimo, já que apelidos não me faltaram no decorrer da vida: entre meus pais, irmãos e parentes sempre fui chamado de Costa ou Costinha, para diferenciar de meu saudoso pai, de quem herdei o nome, bastante incomum e diferente, inclusive. No tiro de guerra minha alcunha era Ferreira, por causa do sobrenome, e que segue ao primeiro nome do batismo. Algumas pessoas me chamam de Lino e até de “Crisolinin”. Na adolescência me chamavam de “Crisola”, uma loucura juvenil, de moço, de rapaz, atitude própria de jovem. O político Paulinho Costa (PDT) me trata por Crisólino Tenho colegas na área do jornalismo que me chamam por Crisol. Algumas amigas já me denominaram Cris. Hoje para alguns “meu apelido” é Dr. Crisolino.
Quanto às ARMAS, sempre fui um sujeito desarmado, nunca tive um revólver ou coisa semelhante, até porque nunca gostei de violência, seja que tipo for, e são vários os tipos dela. Ir de GV a Ipatinga em menos de uma hora é violência contra o Código de Trânsito. Furar fila em banco é violência contra a cidadania. A falta de meritocracia é violência contra os valores reais de quem os possui. Dormir em fila do INSS ou de um posto de saúde, é violência contra a dignidade. A violência psíquica está presente no inconsciente coletivo através da frase “no Brasil só pobre vai para a cadeia”. Quer violência maior do que a corrupção na política? Somos todos violentados em nossos direitos mais fundamentais. A minha arma é o pensamento, a ideia, a informação, o exercício da reflexão crítica, a filosofia, a admiração pela vida virtuosa, coisas que considero nobre.
Para finalizar, pesquisei sobre os nomes das ruas de Governador Valadares e observei que, apenas uma rua do Centro se rendeu a um título nobiliárquico, a Barão do Rio Branco. A Dom Pedro II supera todos títulos nobiliárquicos que por ter sido príncipe está acima do título de duque, como está hierarquizado no início deste texto, portanto, seu nome reina entre transeuntes anônimos de uma população bastante nobre: a valadarense.