por Coronel Celton Godinho (*)
Quando chegamos a este mundo, somos cercados de cuidados e muito amor por nossos pais e parentes, principalmente, os avós e tios. Começamos a falar as primeiras palavras, as primeiras frases completas, e quando iniciamos os nossos passos iniciais sem precisar de ninguém nos segurar, é uma festa!
Depois nossos pais nos matriculavam em uma escolinha que, na naquela época, se chamava jardim de infância, onde passávamos um período do dia com as professoras que, então, não eram tratadas como “tias”. Aliás, eram professoras mesmo, e tinham um carinho e cuidado especiais. Ali, na escolinha, aprendíamos a nos socializar com outras crianças, as letras e palavras, as cores, enfim, tudo o que podíamos captar e aprender.
Ainda no jardim de infância, conhecemos nossos primeiros colegas, mas diante da tenra idade, não eram e não sentíamos como amigos, mas compartilhavam de alguns bons e maus momentos, acompanhados pela nossa professora.
Eu, por exemplo, fiz ótimos amigos no grupo escolar, nas “peladas” de futebol, nos campinhos de terra, e na rua em que morava.
Eram amizades puras e muito sadias. Compartilhávamos nossos brinquedos, e até nossos alimentos. Brincávamos muito na rua, pois, naquela época, não havia esse perigo todo que existe atualmente. Muitas vezes, já cansados de brincar, íamos, após o banho e o jantar, até a uma pequena praça próxima a nossa casa, e ali ficávamos a contar estórias de fantasmas (rsrsrsrs). Depois, voltávamos e íamos direto para cama, pois no outro dia tínhamos de ir cedo para o grupo escolar. E lá era bom demais! Fiz muitos bons amigos, e a grande maioria foi comigo estudar no ginásio, da quinta até a oitava série.
Saudades da infância
Tenho muitas saudades dos meus amigos de infância. Foram tempos de muita alegria! Lembro-me da maioria e da característica de cada um.
Tinham dois amigos de grupo escolar, que me fazem rir até hoje só de lembrar (rsrsrs). Um deles era gago, mas desses gagos que até rateiam antes de pronunciar uma palavra. Frases? Nem pensar! (rsrsrs). O mais engraçado é que o outro sempre estava perto dele, e a sua função era completar a palavra ou a frase diante de sua gagueira. Os dois eram muito bons, e todos gostavam deles. O curioso é que não eram irmãos, apesar de assim parecerem. E olha que a gente nem ria quando o gago tentava falar, pois já estávamos acostumados com essa característica dele, porém, não aceitávamos risadas de alguém que não era do nosso convívio.
Depois que saí da casa de meus pais, ainda muito jovem, perdi o convívio e a localização de vários amigos de minha infância. Às vezes meus irmãos me passavam notícias de alguns e, infelizmente, também daqueles que já partiram desta terra.
Depois de décadas, Deus tem me permitido encontrar vários amigos queridos de minha infância, e quando a gente se encontra, parecemos os mesmos meninos que se conheceram no grupo escolar, naquele distante curso primário. É um momento de grande alegria que, para mim, não tem preço!
SINTO SAUDADES DOS MEUS AMIGOS DE INFÂNCIA, DAQUELES TEMPOS EM QUE NÃO EXISTIAM DIFERENÇAS DE COR, NEM DE RAÇA, NEM DE RELIGIÃO, DE POSIÇÃO SOCIAL. ENFIM, ÉRAMOS APENAS CRIANÇAS VIVENDO MOMENTOS FELIZES!!! E VOCÊS? ONDE ESTÃO SEUS AMIGOS DE INFÂNCIA?
“Quem tem muitos amigos pode chegar à ruína, mas existe amigo mais apegado que um irmão”. Provérbios 18:24
(*) Advogado militante – Coronel
da Reserva da Polícia Militar. Curso de
gestão estratégia de segurança pública
pela Academia de Polícia Militar e
Fundação João Pinheiro
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