Olá, nobre leitor. Hoje, meu recado para você não é muito animador: definitivamente, você não é Mick Jagger. Quantas vezes você já ouviu ou mesmo usou exemplos como estes para justificar uma vida desregrada: “Meu avô viveu até os 95 anos comendo gordura de porco e nunca foi ao médico”; “Minha tia fumava dois maços de cigarro por dia e morreu aos 92 anos após uma queda na escada”; “O Zé do Bar bebe todos os dias desde os 16 anos e está firme e forte”; “Meu vizinho nunca fez atividade física, come feito uma draga e é magro.”
Esses são alguns exemplos que usamos e ouvimos no dia a dia, mas não podemos esquecer que são exceções. Tudo o que sabemos na Medicina moderna é baseado em evidências, e essas evidências surgem após grandes estudos científicos. Esses estudos envolvem a análise de dados de milhares, ou até milhões, de pessoas ao longo de muitos anos. Eles nos ajudam a entender padrões, identificar riscos e encontrar as melhores formas de prevenir e tratar doenças.
Portanto, querido leitor, não se deixe enganar pelas histórias dos “sortudos” que desafiam todas as probabilidades.
A ciência nos mostra que uma vida equilibrada, com alimentação saudável, exercícios regulares e check-ups médicos, ainda é a melhor receita para a longevidade e bem-estar. Então, que tal trocar aquela desculpa esfarrapada por um bom prato de salada e uma caminhada na ilha? O Mick Jagger que nos desculpe, mas ser a regra pode ser muito mais vantajoso do que ser a exceção.
Confiar em anedotas e exceções pode ser perigoso. A verdadeira segurança e longevidade vêm de seguir as recomendações baseadas em evidências científicas. E lembre-se: cuidar de si mesmo não é apenas um ato de amor-próprio, mas também de respeito por todos aqueles que querem te ver bem e por muitos anos.
Até a próxima, e cuide-se!
(*) Dr. Lucas Bichara | Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184
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