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Vamos rodar pião?

Coronel Celton Godinho (*)

Crônicas do cotidiano: Comportamento gera comportamento

Uma das coisas que mais me impressionam hoje em dia é a tecnologia voltada para as brincadeiras. Vivemos em um mundo digital, onde um menino de apenas dois anos manuseia teclas de um celular com incrível habilidade para jogar e brincar. Adolescentes jogam videogame com muita rapidez e envolvimento, na maioria das vezes entocados em seus próprios quartos até altas horas da noite. Seria isso evolução das brincadeiras de outrora??

Durante a infância, as brincadeiras representam muito mais do que diversão, são momentos de enorme importância para o desenvolvimento da criança e para a construção de um adulto mais confiante e criativo. O ato de brincar oferece à criança a oportunidade de se conectar com o universo lúdico, permitindo-a fantasiar, imaginar, sonhar e viver sua infância em plenitude. Brincar é um direito de toda criança!!

No passado, quando não havia computadores, videogames ou mesmo celulares, as crianças brincavam muitas vezes com o que tinham, brinquedos feitos a mão, sem muito luxo ou beleza, mas que atingiam seus objetivos, os ‘biboquês, as bonecas feitas com espigas de milho, as bolas de meia, os carrinhos de madeira e de rolimãs. Como era bom subir o morro e soltar pipas!! Brincar de finquinho, de rodar arquinho, de passar anel e, quando papai podia comprar, andar de bicicleta. Ah! E as peladas nos campinhos de terra! Saudades daqueles tempos em que voltava todo sujo e minha mãe me mandava direto para o chuveiro, com o chinelo nas mãos. As meninas brincavam com bonecas e algumas até se aventuravam a jogar bola com a gente. E olha que não tinha essa de machismo e não deixar. Éramos inocentes e não discriminávamos ninguém. O objetivo era que todos brincassem. À noite, mesmo cansados, meninas e meninos iam para a rua brincar de queimada. Essa turma de hoje talvez nem saiba o que é isso.

Penso que naqueles tempos a criançada era mais unida, mais inocente e só queria mesmo brincar. Nada de videogames e jogos digitais violentos, e olhe que existiam armas de brinquedo com espoleta. Mas nada disso estimulava a violência. Sinto que as brincadeiras das gerações anteriores a esta eram mais socializantes. Quem não gostava de rodar pião?? E mostrar e ensinar aos meninos mais novos?

Tivemos a geração dos Baby Boomers, os nascidos entre 1940 e 1960, que compreende o período pós-Segunda Guerra, tempo de esperança e positividade, o que tornou essa geração idealista e com espírito coletivo. No entanto, relutantes com as mudanças rápidas como acontece com a tecnologia.

A geração X, os nascidos entre 1960 e 1980, têm características semelhantes com os da geração anterior. Foram crianças e adolescentes que cresceram entre a Guerra Fria e a Ditadura Militar, fazendo com que despontasse neles um certo respeito a hierarquias. Hoje, os adultos dessa geração, em sua maioria, sentem dificuldades de entender por que a educação das crianças ganhou tanta flexibilidade. Todo o contexto criou uma perda do otimismo e uma personalidade mais individualista e competitiva

A geração Y é também chamada millenials, os nascidos entre 1980 e 1995. Os mais antigos não conheceram a internet e aproveitaram muito as brincadeiras das gerações anteriores. Já cresceram num período pós-Ditadura e Guerra Fria e conheceram anos de estabilidade econômica e política, tornando-os mais flexíveis e tolerantes, e isso se refletiu na forma de educar e na receptividade da tecnologia.

As gerações Z, de nascidos entre 1995 e 2010, e ALPHA, nascidos a partir de 2010, praticamente nasceram com um celular nas mãos, com muita agilidade mental para lidar com alta tecnologia e inteligência artificial, mas crescem hoje com um alto extremismo ideológico. É cedo ainda para fazer previsões.

Lembram-se da pergunta inicial do texto?

O certo é que o mundo sofre mudanças rápidas e devemos sempre estar nos preparando e nos adequando, mas, mesmo assim, como sinto saudades daquele tempo em que brincávamos mais e sem uso de tecnologia!!

Então! VAMOS RODAR PIÃO??

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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