Walber Gonçalves de Souza (*)
O que é certo ou errado? O que posso fazer ou não? Existe o que é certo e justo? Buscamos a perfeição? Queremos encontrar o caminho da civilidade humana? São perguntas recorrentes na atualidade, mas o que parece é que vivemos a era do “pagando bem que mal tem!”.
Desculpas aparecem aos montes para justificarem nossas ações, principalmente quando dessas, os valores que dignificam a espécie humana parecem não encontrar espaço. Todavia, aquela velha máxima se faz presente: tudo é relativo e depende dos olhos de quem vê.
Assim nossas leis, através daquelas brechinhas que permitem a famosa interpretação hermenêutica a cada dia acoberta o malfeito e o que não falta no Brasil são exemplos, mas resumirei todos na figura do traficante Anderson do Rapp. Notamos também no cotidiano casos e mais casos de corrupção que quase na sua totalidade acabam em pizza, no Brasil a moda virou guardar dinheiro em casa, não importando se é na cueca, caixa, armário ou mala. Não podemos deixar de mencionar os casos de violência contra a mulher, quantos casos de pancadaria e estupros são relatados e absurdamente tentando culpar a própria mulher, o caso do jogador Robinho está ai como mais um, afinal como ele diz, a vítima consentiu a barbárie. É muita cara de pau!
Assim, no meio desse turbilhão de ações o que se percebe é que os valores sociais e humanos estão entrando em extinção. E como numa selva salve-se quem puder!
E o que mais choca e ao mesmo tempo se torna estranho é que defender, em pleno século XXI alguns valores, também está se tornando perigoso. Significa remar fortemente contra a maré e correr o risco de naufragar no mar bravio de substantivos diversos.
Precisamos encontrar um norte e não é questão de ser moralista ou paladino da moralidade, mas sim, querer ser gente, admitir que somos humanos e como tal devemos ao menos tentar viver. Por isso, existem sim coisas que são certas e erradas, existem sim ações que não devemos cometer, existem sim, atitudes que denigrem a própria humanidade. Por isso devemos combatê-las ferrenhamente.
Hoje vivemos uma sociedade e muitos maus exemplos, onde o certo é ser errado. Parece que o dia projetado por Rui Barbosa chegou: “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Afinal, creio que não podemos deixar extinguir certos valores que são essenciais para a vida em sociedade.
(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.
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