Na década de 60 até meados da década de 70 o futebol brasileiro, rico de verdadeiros craques, dentre tantos, contou com a figura lendária de Eduardo Gonçalves de Andrade, hoje médico e cronista esportivo. Para os da terceira idade, falamos de TOSTÃO, ídolo da massa do Cabuloso e tri campeão mundial no México, ao lado do REI.
Inegavelmente TOSTÃO senão o expoente maior, figurou dentre os maiores de um esquadrão que tinha Raul, Pedro Paulo, Wilian, Procópio e Neco. Piazza e Dirceu Lopes. Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira, sob a batuta de Airton Moreira, irmão de Zezé Moreira e Aimoré Moreira. Também tempos de Furletti e Felício Brandi.
O Cabuloso reinou por anos e anos nas Minas Gerais e surpreendeu o Brasil ao vencer o Santos do Rei Pelé e outros monstros sagrados, na épica decisão da Taça Brasil de 1.966, aplicando uma sonora goleada de 6×2 em seus domínios e vencendo, também, em São Paulo, por 3×2. Tostão, ainda jovem, foi destaque incomum.
A performance do Mineirinho concorreu para levá-lo ao seu primeiro Mundial de Seleções (1.966), disputa em que a seleção canarinho não se houve bem e que ficou marcada com a “caçada” dos defensores portugueses ao rei Pelé.
Não passando a seleção brasileira da primeira fase da disputa, TOSTÃO, escalado para enfrentar a seleção da Hungria, acabou por consignar o tento de honra dos canarinhos, vencidos por 3×1. Contava o craque, à época, apenas 19 anos de idade.
Em setembro de1.969, no estádio do Pacaembu em São Paulo, em partida entre Cruzeiro e Corinthians valendo pelo importante torneio Roberto Gomes Pedrosa, uma bolada em um de seus olhos mudou e encurtou a carreira do futebolista das Minas Gerais.
Faltando pouco tempo para a Copa do Mundo do México de1.970, nosso craque se submeteu a delicada cirurgia nos Estados Unidos e sob cuidados os mais diversos, desconfiança de muitos, figurou na extraordinária esquadra canarinha que deslumbrou o mundo no mundial do México, conquistando o tri mundial. 0 craque mineiro foi figura importante, com inteligência impar e atuações sensacionais.
Pouco tempo depois da copa de70, aos 26 anos de idade, após curta passagem pelo Vasco da Gama, precocemente TOSTÃO encerrou sua carreira como futebolista, aconselhado, orientado e advertido por médico de sua confiança.
0 passo seguinte foi cursar medicina, afastar-se dos holofotes, evitar a mídia, manter-se à distância, tornando-se mesmo uma pessoa arredia, ao contrário do que comumente acontece com a maioria dos ex- boleiros. Choveram críticas.
Após alguns anos de medicina, o talentoso e diferenciado Doutor Eduardo tornou-se consagrado comentarista, colunista e cronista esportivo, sendo referenciado, admirado e respeitado por todos em função da clarividência de suas opiniões e posições. Detentor de personalidade firme e forte. Muito objetivo.
0 mundo esportivo – o futebolista em especial, registra com clareza solar o aparecimento, a exposição e participação em percentual altíssimo de seus famosos que se tornaram ídolos de uma nação ou mesmo de alguma agremiação. Se fazem presentes nas mais diversas e variadas oportunidades e situações.
Que o digam Reinaldo, Paulo Isidoro, Wilson Piazza, Evaldo, Dirceu Lopes, Normandes, João Leite, Nelinho, Joaozinho, Buglê, Darcy Meneses, Roberto César, Geraldão, Tião e um mundão de gente boa, da melhor qualidade. Altamente participativos.
Parece que algo diferente, marcante e anormal teria ocorrido na vida esportiva do cidadão Eduardo Gonçalves de Andrade, outrora o fenomenal craque TOSTÃO, verdadeiramente um ídolo em todo o Brasil e que se mostra e permanece arredio, longe dos fãs e amantes de um futebol vistoso, produtivo e eficiente. Uma pena.
(*) Ex-atleta
N.B. – 0 Criador do Universo recolheu nesta semana o humano Renato de Almeida Mota – o RENATINHO dos bons tempos do Vila Isa Esporte Clube. Perdeu a última batalha que travava com doença infernal. Foi guerreiro. Sendo Deus misericordioso, certamente está no Céu ao lado de tantos outros dos nossos.
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