Recepcionada nas canções “casa de caboclo” e “canção do expedicionário”, o provérbio “um é pouco, dois é bom, três é demais”, em determinadas situações tende a indicar equilíbrio cotidiano ao entendimento de que dois ainda é agradável, porém três pode complicar na convivência ou mesmo gerar excesso.
No último sábado de agosto o Projeto Pingo D’Água promoveu sua ação solidária alusiva ao Dia V 2025, o que vem ocorrendo nos últimos anos. Programação simples voltada para pessoa em estágio de vulnerabilidade social e mesmo formação profissional.
Na parte da manhã, tendo como público alvo um contingente de menores integrantes da escolinha de futebol do Coopevale Futebol Clube acompanhados de seus pais e responsáveis, três figurantes marcantes da história esportiva de Governador Valadares palestraram para os presentes.
Sebastião Dutra Pereira – o Tião Boleiro, Célio de Souza Gonçalves – o Celinho e Hoberg Dutra Leocádio – o Batata, todos dos saudosos tempos dos dentes de leites da década de 70 e hoje bem situados socialmente, como verdadeiros VOLUNTÁRIOS, dissertaram com propriedade suas histórias, seus ‘causos’, suas narrativas.
Sebastião Dutra Pereira, o Tião, hoje empresário conceituado em nossa cidade, de família numerosa, fez história na época da TV Itacolomi quando da realização de interessante torneio de futebol envolvendo petizes de educandários do interior. Consagrou-se, despertando interesse do cabuloso das Minas Gerais.
O complemento da história é por demais sabida: Cruzeiro, Clube de Regatas do Flamengo, amigo do Galinho de Quintino, integrou o Democrata, também, enfim uma trajetória futebolística vitoriosa com os olhos voltados para o futuro. Daí, empresário vitorioso, exemplar chefe de família e participativo em causas sociais. Vencedor como poucos.
Célio de Souza Gonçalves, o Celinho, o irmão do Ney Bala, nascido no bairro São Paulo, de família humilde, tem uma história de superação incrível que passa por Poções na BA, desagua na Pantera da Osvaldo Cruz, uma trajetória vitoriosa no América de Minas, passando posteriormente pelo Fluminense das Laranjeiras e inúmeros outros clubes profissionais de nosso país. No futebol, um verdadeiro andarilho.
Hoje, formado em educação física e graduado em diversos cursos, funcionário do Estado mediante aprovação em concurso e ainda vinculado a Município de nosso estado, CELINHO demonstrou ter tido o cuidado necessário enquanto atleta profissional, objetivando segurança no seu futuro. O fez com maestria. Exemplo a ser seguido.
Chegamos ao nosso terceiro personagem, Hoberg Dutra Leocádio, o Batata, filho do saudoso vereador Hormando Leocádio. Foi goleiro dos bons, inclusive muito elegante. Integrou o grupo de atletas que disputaram, em 1975, pelo Democrata, o campeonato mineiro de juvenis pela vez primeira. Mateus, Wildimark, Niltinho Doidão e cia.
Ainda em 1975, sob a batuta de Nivaldo Santana, integrou o plantel do Democrata que disputou a Taça Minas Gerais e campeonato estadual. Como goleiro, era reserva de um tal de JUVENAL, logo…, condenado a assistir todos os jogos bem sentadinho no banco. Passou também pelo Coopevale Futebol Clube.
Foi aluno bolsista do antigo MIT, graduou-se, especializou-se em diversas áreas e hoje, como poucos, roda este Brasil de ponta a ponta, dando consultas e palestras. Assiste gratuitamente a Associação Santa Luzia – ILPI de nossa cidade. Grande mentor do Projeto Pingo D’Água ao qual assiste gratuitamente, participando de todos seus eventos. Sempre com as mãos estendidas.
A disponibilidade em servir de nossos três personagens, coisa rara nos dias atuais, merece registro, aplausos e agradecimentos dos idealizadores do evento do DIA V 2025, rotulado como sendo o Dia V do Projeto Pingo D’Água. Que o exemplo chegue a inúmeros outros.
Um é pouco, dois é bom três é demais não foi o entendimento e visão dos organizadores. Pelo contrário, o grupo de três personagens, todos qualificados e comprometidos com a causa e proposta do Projeto Pingo D’Água, enriqueceu e valorizou o evento.
(*) Ex-atleta
.B. 1 – Deixou-nos na semana que se findou ADAIR José, dos bons tempos do Clube Atlético Pastoril e Esporte Clube do Rio Doce. Colega de zaga do Louro e do Anésio, batia da medalhinha para cima. Nos últimos anos militou como motorista de táxi na Bárbara Heliodora, quase esquia de Avenida Minas Gerais. Descanse em paz.
N.B. 2 – Loucuras na ‘janela’ de transferências de atletas de futebol profissional. Clube rico algum quer fabricar craques nos dias atuais. Parece que tem dinheiro do PCC na jogada.
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