[the_ad id="288653"]

Um ano após morte de Marília Mendonça, Polícia detalha investigação do acidente

A PCMG realizou uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (4) para detalhar a investigação do acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas. A Polícia Civil ainda não concluiu a investigação, mas a suspeita é que o piloto não tenha seguido o padrão de pouso recomendado para o local.

Neste sábado (5) faz um ano da tragédia. O avião caiu na cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais. Além de Marília, morreram o tio dela, Abicelí Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto, Geraldo Medeiros Júnior, e o copiloto, Tarciso Pessoa Viana.

Segundo o delegado de polícia Ivan Lopes Sales, a ideia é fazer uma cronologia dos fatos, desde o ocorrido, e dar uma resposta para os familiares das cinco vítimas. “O nosso objetivo aqui não é apontar nenhum criminoso, porque o que aconteceu foi um acidente”, afirma.

Essa é uma investigação diferente, porque perpassa por dois órgãos distintos, a Polícia Civil e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Compete à polícia apurar eventual responsabilidade criminal, enquanto o objetivo da Cenipa é a prevenção dos acidentes, para que os pilotos saibam o que aconteceu e evitem.  

Mas, de acordo com o delegado, as investigações se complementam. A PCMG solicitou os laudos da aeronave e a Cenipa, de necrópsia.

Conclusão

Segundo o delegado, a investigação vem sendo conduzida analisando três fatores: fator meio, humano e máquina.”Um exemplo do fator meio é que o aeródromo de Caratinga só faz voo visual, não tem uma torre de controle; quem faz isso é o próprio piloto. E podemos afirmar que no dia do acidente as condições eram favoráveis ao voo visual, então descartamos qualquer tipo de problema que tenha impedido o pouso”, afirma.

A aeronave caiu após colidir com uma linha de transmissão de energia. A PCMG investigou se a torre de energia tinha a obrigatoriedade de estar sinalizada, e concluiu que não. “Não tem obrigatoriedade, porque o aeródromo de Caratinga tem uma zona de proteção que possui um documento (Notan) em que consta qualquer tipo de obstáculo que tiver dentro da zona. Essas torres não estavam no Notan e não estão até hoje porque estão fora da zona de proteção, a 4.600 metros da cabeceira da pista, além de serem relativamente baixas – elas possuem cerca de 35 metros. Então não precisavam estar sinalizadas”, explica.

Além disso, os laudos médicos descartaram a possibilidade de o piloto e o copiloto terem tido mal súbito. “Ao analisar o fator humano, temos dois depoimentos muito relevantes. Um de um piloto que voava de Viçosa para Caratinga e ouviu o piloto que se acidentou reportando que já estava na perna do vento da 02, ou seja, já estava no procedimento para pouso. E outro de um piloto experiente que estava no aeroporto e viu o controle de tráfego, então foi para a cabeceira ver o pouso e percebeu que a aeronave se afastou muito do local que o padrão de Caratinga recomenda”, declara o delegado Ivan Lopes.

Contudo, não é obrigatório seguir o padrão de pouso. “Mas quando sai da zona de proteção, qualquer eventual obstáculo não está no Notan, e é por conta e risco do piloto”, acrescenta o delegado.

A PCMG está aguardando os laudos do Cenipa em relação à aeronave, para saber se houve alguma falha na máquina. A investigação ainda não foi fechada, mas a conclusão que a Polícia Civil  tem até agora é que não havia obrigatoriedade na sinalização das torres de energia e que o pouso foi feito fora do padrão.

“Estamos aguardando para descartar qualquer falha nos motores. Mas repito que foi um acidente”, afirma o delegado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM