O novo formato do Campeonato Mundial de Clubes (Club World Cup – CWC), realizado nos Estados Unidos entre os dias 14 de junho e 13 de julho, organizado pela FIFA (Fédération Internationale de Football Association), apresentou muitas novidades. Vamos começar pelos estádios daquele país, todos primorosos e tecnologicamente bem preparados: gramados impecáveis, placas de LED de tamanhos absurdos, muita luz e organização.
O interessante é que, apesar da Copa do Mundo de 2014 ter sido realizada no Brasil — pode-se dizer que recentemente —, os estádios construídos aqui para o evento não passam a mesma impressão dos americanos. Tem-se a sensação de que a obra não ficou completa, falta alguma coisa. Em algumas capitais, pode-se dizer que se transformaram em verdadeiros elefantes brancos. Portanto, nações com propósitos diversos.
Enumerando os palcos: não vamos citar todos por questão de espaço. Tem estádio no Tio Sam que, pela arquitetura, passa a impressão de ser um hotel ou shopping de luxo, como é o caso do “Stadium Camping World”, localizado em Orlando, no estado da Flórida. Já o “Bank of America Stadium”, em Charlotte, no estado da Carolina do Norte, tem esse nome com a intenção de marcar posição como um local empreendedor — gol de placa. O “Hard Rock Stadium Miami” é “tecnopop”, um show de som e luzes, pensado para lembrar o nome da cafeteria/restaurante que leva consigo — show de bola. E ainda o “Mercedes-Benz Stadium”, joia da cidade de Atlanta, no estado da Geórgia, associado à marca de um carro alemão de qualidade.
Estádios projetados para serem lembrados como futuro, avanço, tecnologia, riqueza, desenvolvimento — coisa top, para ser admirada. Uma nota positiva é a de que o “MetLife Stadium”, em East Rutherford, estado de New Jersey, onde o Fluminense jogou a semifinal com o Chelsea, tem em sua borda superior placas fotovoltaicas idênticas às do Mineirão.
A entrada dos jogadores em campo, um a um, com seus nomes anunciados pelo sistema de som, foi didática; as luzes de LED na saída dos túneis encantaram. Outra novidade: o goleiro só pode reter a bola por 8 segundos para evitar a “cera”; as bandeirinhas que ficam fincadas no local dos escanteios trazem os distintivos dos clubes — novidade para o setor empresarial; o VAR (em inglês, Video Assistant Referee – ou Árbitro Assistente de Vídeo) usa um microfone acoplado à cabeça, de onde interage com as torcidas. Todos podem ouvir, através do sistema de som, o esclarecimento do porquê tomou determinada decisão, se houve ou não o “pênalti” — didático também. Além disso, os árbitros carregam câmeras corporais fixadas na parte central do uniforme, próximo ao peito, para capturar imagens de seu ponto de vista. As imagens podem ser transmitidas ao vivo para a torcida.
Estados Unidos, mais uma vez. Espanha e Brasil querem sediar o próximo Campeonato Mundial de Clubes em função do sucesso desse novo formato, em detrimento dos anteriores, que pareciam uma competição improvisada, voltada apenas para exibir dois ou três clubes europeus.
No time do Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos, país bilionário, dos 33 jogadores que compõem o elenco, 23 eram estrangeiros; o tempo médio de prorrogação de uma partida ficou entre 3 e 6 minutos. Os japoneses não são destaque no futebol mundial, mas, como país super rico, os comentaristas brasileiros tratavam o time do “Urawa Red Diamonds” como competitivo.
E um fato bastante interessante é que, nessa Copa de Clubes, o torcedor teve a opção de torcer por vários times de seu país, e não por um só, como acontece na Copa do Mundo, em que se torce apenas por uma seleção. O Brasil, por exemplo, foi representado por quatro equipes. Foram 32 times — verdadeiras seleções. O time que representou a África do Sul, o “Mamelodi”, tem um nome que lembra marmelada, no entanto, é ótimo player.
Para os organizadores, o “melhor jogador em campo” ou craque da partida é o “JOGADOR SUPERIOR”, ou Superior Player of the Match. Todos os analistas confirmam a qualidade do futebol apresentado, com o valor econômico de cada continente. Foi o maior torneio interclubes da história do futebol. Empolgante, contagiante — um achado que veio para ficar.
(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: crisffiadv@gmail.com | Whatsapp: (33) 98807-1877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente
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