Soluções e inovação: estudantes valadarenses se preparam para Torneio de Robótica First Lego League

Campeonato apresenta soluções tecnológicas e inovadoras criadas pelos estudantes para problemas atuais da sociedade

Aprendizados que vão além de disciplinas como português, matemática e ciências. Na manhã desta quarta-feira (30), estudantes valadarenses mostraram que, no ambiente escolar, sempre cabe mais conhecimento por meio da pesquisa. Estes estudos, podem, inclusive, encontrar solução para problemas que a sociedade enfrenta diariamente, como o transporte de pessoas e equipamentos.

Em razão disso, o Torneio de Robótica First Lego League 2022 apresentará novidades sobre a temática Cargo Conect (conexão de carga). Assim, os alunos desenvolvem projetos ligados à logística de transporte em vias e empresas com o propósito de solucionar empecilhos ainda existentes no nosso dia a dia.

Victor Valério tem 14 anos, está no 9º ano do Ensino Fundamental e é aluno da escola Sesi. Ele integra um time composto por 7 estudantes – entre 12 e 14 anos – que estão unidos neste desafio.

“Nós criamos o robô e os anexos. Os anexos são uma maneira mais fácil de realizar as missões. A gente constrói eles como peças de lego e, com isso, a gente encaixa eles no robô, o que facilita a realização das missões, simulando o transporte das cargas na vida real. O objetivo é dar mais fluidez ao transporte das cargas, que simulam a vida real”, explica o jovem cientista.

Victor Valério é um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto que representará a escola Sesi. | FOTO: DRD

O que são as “missões” no torneio?

De acordo com o técnico da equipe do Sesi, Thúlio Menezes, com base na temática do ano, a organização do evento cria as mesas onde cada projeto será executado. Estas mesas contêm “obstáculos” que fazem referência ao tema. Então a equipe precisa encontrar meios de transpor estes obstáculos de forma viável com o robô criado. A cada tarefa como esta, dá-se o nome de missão.

Técnico orienta os estudantes em estratégias ou ajustes necessários. | FOTO: DRD

Como neste ano o torneio gira em torno de questões logísticas, a mesa possui desafios, ou seja, missões relacionadas ao deslocamento em vias públicas e empresariais, com foco no transporte de cargas. Os comandos do robô são pré-programados por um sistema computadorizado.

Em 2020, a equipe do Sesi conquistou o prêmio nacional do Torneio de Robótica, no estado de São Paulo. No ano passado, a equipe chegou a representar o Brasil no Campeonato Internacional – na Grécia – que foi realizado de forma on-line em razão da pandemia da covid-19.

Estreia e dedicação

Outra instituição que marcará presença no Torneio de Robótica First Lego League 2022 é o Colégio Presbiteriano. Esta é a primeira vez que alunos do colégio participarão do evento. O professor de Maker e técnico da equipe “Asas de Ferro”, Douglas Queiroz, cita alguns dos principais desafios que compõem a mesa analisada pelos estudantes.

“A gente desenvolveu um robô para desenvolver os problemas que se encontram na mesa. Então nós temos ali situação de pontes, de caminhões enguiçados, peça de avião muito grande para ser levada na estrada e diversas outras situações. A gente usou a estratégia de pegar missões próximas, com resolução parecida, para a gente poder utilizar o mesmo mecanismo e resolver missões num campo onde elas possam ter maior efetividade”, explica.

Equipe está empenhada e confiante nos resultados que serão apresentados. | FOTO: DRD

Queiroz está animado com a proximidade do torneio e acredita no desempenho dos alunos mediante a complexidade das tarefas: “Os meninos vão trabalhando e vão se apaixonando. Quem não gosta da parte das exatas, que é a de programação do robô, já se encontra na parte da pesquisa, vai ler, vai buscar, vai questionar. Encontrar um problema já é difícil. Encontrar um problema e achar uma solução que seja possível é mais ainda”, ressalta o professor.

Inovação

Além de cumprir com as missões estabelecidas pela competição, cada equipe deve apresentar uma solução inovadora e exclusiva. Diante disso, a equipe do Sesi pensou em uma etapa muito presente na rotina da indústria.

Chamada de estrechamento, a embalagem dos paletes com plástico filme para a proteção das mercadorias ainda é realizada, em diversas empresas, manualmente. Então a ideia do time do Sesi é criar um mecanismo economicamente acessível para que o trabalhador poupe esforço físico neste processo. A aluna Ana Clara Lauar, do 9º ano do Ensino Fundamental, está à frente do projeto e dá mais detalhes:

“Neste processo, o trabalhador, principalmente das pequenas e médias empresas, tem que fazer o trabalho manualmente e segura muitos pesos, faz esforços repetitivos, e a nossa solução procura ajudar nesta parte. Fazendo mecanismos que sejam economicamente viáveis e que ajudem neste problema. Ajudando também no processo, para acontecer de forma mais rápida, dando mais lucro até para a empresa”, destaca a estudante.

Ana Clara Lauar está no 9º ano e atua no projeto de inovação para o Torneio de Robótica. | FOTO: DRD

Já a equipe do Presbiteriano desenvolveu um aplicativo que tem o propósito de auxiliar feirantes na logística de mercadorias.

“A gente pensou em criar um aplicativo para ajudar este público, para que ele possa estar conversando com o cliente para fazer um agendamento. Talvez um cliente queira muita quantidade e o vendedor não tenha, aí dá para dois vendedores conversarem isso pelo aplicativo. Então há a possibilidade de facilitar a logística dessas vendas. O transporte é muito prejudicado às vezes, porque você aluga um caminhão gigante para trazer mercadorias de 6, 7 vendedores e não vende nada. Aí você toma um prejuízo que não precisava. Alguns vendedores até doam ou vendem em atacado”, pontua o professor Douglas Queiroz.

A aluna do Colégio Presbiteriano Nathália Rodrigues está no 1º ano do Ensino Médio e ajudou no desenvolvimento do aplicativo. Ela relata estar vivendo uma experiência única: “Eu sou da parte da pesquisa. Nunca vivi isso. Eu estou muito nervosa, mas acredito que a gente vai bem. Aprendi a trabalhar em equipe, que eu não gostava. Está sendo muito legal para mim. Aprendi a pesquisar mais e a programar com as aulas do Douglas. Acho que é uma experiência muito legal”.

Nathália Rodrigues conta ter aprendido a trabalhar em equipe, além de outras habilidades. | FOTO: DRD

O Torneio de Robótica First Lego League 2022 acontecerá nos dias 2 e 3 de abril, em Betim.

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