A soberania é um dos pilares da existência do Brasil como Estado independente. Está logo no primeiro artigo da Constituição Federal de 1988, ao lado de fundamentos como a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho. É essa soberania que garante que o povo brasileiro decida os rumos do seu país, sem interferências externas. Em tempos de globalização, é essencial relembrarmos o valor dessa palavra.
Ser soberano significa, acima de tudo, ter liberdade para fazer escolhas. Isso se reflete no poder do povo, exercido por meio do voto, das manifestações e da participação política. A soberania popular, aliás, é reafirmada no parágrafo único do mesmo artigo 1º da Constituição: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Isso quer dizer que ninguém pode mandar mais no Brasil do que o próprio povo brasileiro.
Mas a soberania também é exercida no campo econômico. Um país que depende demais de outros para sobreviver, seja em alimentos, energia ou tecnologia, corre o risco de ver sua independência esvaziada. Nesse cenário, a moeda nacional, o real, se torna um dos símbolos mais visíveis da soberania. Ela é a expressão da confiança na economia, no governo e na nossa capacidade de organização. Defender o real forte e estável é também defender o poder de decisão do país sobre o seu próprio futuro.
Outro aspecto importante está no território. Nenhuma nação soberana pode permitir que seus recursos naturais, suas florestas ou suas riquezas sejam exploradas sem controle, sem respeito à sua legislação e sem retorno à sua população. Isso vale para o petróleo, para a Amazônia, para os minérios e até para a água. Soberania não é fechar os olhos ao mundo, mas é abrir bem os olhos sobre o que é nosso.
Na política internacional, soberania significa diálogo com os demais países sem subserviência. O Brasil precisa participar das decisões globais, mas sempre mantendo sua posição com firmeza, defendendo seus interesses e promovendo a paz. Ser soberano não é ser isolado; é ser respeitado.
No cotidiano, a soberania se fortalece com educação de qualidade, justiça acessível e participação social. Quanto mais consciência o povo tiver dos seus direitos, maior será sua capacidade de exigir que eles sejam respeitados e de decidir sobre os rumos da nação.
Por fim, a soberania não é apenas uma palavra jurídica: é um compromisso coletivo. É aquilo que nos dá identidade, liberdade e responsabilidade. Defender a soberania do Brasil é, em última análise, defender o direito de sermos donos do nosso próprio destino.
(*) Professor universitário. Bacharel em Direito pela Fadivale. Mestre em Tecnologia, Ambiente e Sociedade pela UFVJM | (33) 9.9874-1891 | @prof.me.gledstondearaujo
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