Olá, nobre leitor! Você já ouviu falar desta síndrome? Talvez você não a conheça pelo nome, mas ela é mais comum do que imagina. No Brasil, foi registrada uma prevalência de 29% na população adulta, podendo alcançar mais de 40% nas faixas etárias entre 60 e 80 anos.
Esta síndrome é uma doença do século XXI, associada à obesidade, resultante da alimentação inadequada e do sedentarismo. Trata-se de um conjunto de fatores de risco que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes.
E você, tem Síndrome Metabólica?
A Síndrome Metabólica ocorre quando estão presentes três dos cinco critérios abaixo: – Obesidade central: circunferência abdominal maior que 88 cm nas mulheres e maior que 102 cm nos homens.
– Hipertensão arterial: pressão arterial maior que 130×85 mmHg.
– Glicemia de jejum maior que 110 mg/dL ou diagnóstico de diabetes.
– Triglicerídeos acima de 150 mg/dL.
– Colesterol HDL menor que 40 mg/dL nos homens e menor que 50 mg/dL nas mulheres.
A maioria das pessoas que convive com a síndrome metabólica não apresenta sintomas ou eles são muito sutis – o que é um problema, pois, a longo prazo, podem gerar problemas de saúde graves. Isoladamente, cada um dos cinco critérios diagnósticos já representa um aumento do risco cardiovascular. Por exemplo, um paciente portador de hipertensão arterial tem maior risco de ter infarto, AVC e outras complicações cardiovasculares quando comparado a um indivíduo saudável. No entanto, o diagnóstico de Síndrome Metabólica surge de uma observação dos médicos no seu dia a dia, que na presença de mais de um dos fatores de risco (obesidade, hipertensão arterial, glicose e triglicerídeos elevados e níveis reduzidos de
HDL), “os riscos não se somavam, mas se multiplicavam”.
Vou dar um exemplo prático e um pouco grosseiro. Vamos supor que cada um dos fatores de risco aumente em 2% a chance de ter um evento cardiovascular. Então, pela lógica, um paciente portador de obesidade (2%) + hipertensão arterial (2%) + níveis glicêmicos elevados (2%) teria um risco cardiovascular de 6%.
Porém, na prática, observava-se uma prevalência de eventos cardiovasculares maior que 6% nesses indivíduos, e os estudos confirmaram que os riscos não se somam, mas se multiplicam. Portanto, a presença desses três fatores traz um risco de 8% (2x2x2), e não 6%. Da mesma forma, a presença de quatro fatores traria um risco de 16% (2x2x2x2), um risco 100% maior que os 8% (2+2+2+2) inicialmente imaginados.
Aqui estão algumas das principais ações para prevenir a síndrome metabólica:
– Evitar o sedentarismo – Engajar-se em atividades físicas, incluindo exercícios aeróbicos como caminhadas e corridas, bem como exercícios de fortalecimento muscular, é essencial para manter o corpo ativo e promover um metabolismo saudável. O ideal é praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana.
– Manter o peso sob controle – O excesso de peso e a gordura abdominal são fatores de risco significativos para a síndrome metabólica. Portanto, é crucial adotar estratégias para manter o peso em níveis saudáveis.
– Alimentar-se de maneira equilibrada – Uma dieta equilibrada, com baixo teor de sal e gordura, e evitando alimentos ultraprocessados, contribui para o controle dos níveis de glicose, pressão arterial e colesterol, além de ajudar na manutenção do peso adequado.
– Realizar exames regularmente – Manter os exames em dia é uma maneira eficaz de monitorar os fatores de risco e prevenir a síndrome metabólica.
– Fazer acompanhamento médico regular – Consultas médicas periódicas são importantes para a avaliação contínua dos fatores de risco. Para pessoas com predisposição à síndrome metabólica, o acompanhamento médico é ainda mais crucial, incluindo seguir as prescrições médicas e monitorar a pressão arterial, o colesterol e a glicose.
E aí, ficou claro o que é a Síndrome Metabólica e como ela pode impactar sua saúde? Não deixe que esse vilão invisível tome conta da sua vida! Embora seja um problema sério, a boa notícia é que a prevenção está em suas mãos. Adotar um estilo de vida ativo, manter um peso controlado, comer bem e fazer check-
-ups regulares são passos fundamentais para se proteger dessa síndrome.
Então, que tal começar hoje? Dê aquele impulso na sua saúde e mostre para a Síndrome Metabólica quem é que manda! Afinal, cuidar de si mesmo é um dos maiores presentes que você pode dar a si e àqueles que ama. Fique atento, faça escolhas inteligentes e viva a vida ao máximo – seu coração e seu corpo vão te agradecer!
(*) Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184
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