Luiz Alves Lopes (*)
Doutos, cultos e muitos que se dizem entendidos das coisas mundanas, enchem e estufam o peito para dizer que “o ESPORTE é vida, é educação, é saúde, é lazer “e uma série infindável de benefícios que todo ser humano almeja alcançar e usufruir.
Então estamos entendidos e conversados e, por questão de economia, vamos nos apegar no tópico que envolve a prática sadia da modalidade esportiva denominada FUTEBOL, também conhecida como esporte das multidões.
No Leste das Minas Gerais, na bem situada geograficamente cidade que já foi a Princesinha do Vale, hoje um tanto quanto envelhecida, tempos de glória houve com as disputas futebolísticas que contavam com um tal de Pastoril, de um tal de Rio Doce, um tal de Cruzeiro, um tal de D.R., um tal de Bancários e de um Democrata Pantera ainda sobrevivente.
Outros tantos de menor monta surgiram, alguns sobrevivendo e outros tantos desaparecendo definitivamente ou momentaneamente. Dentre muitos, Vila Isa, Bangu, Santa Helena, Coopevale, Internacional, Táxi, Alterosa, Ibituruna, Gráficos, Ypiranga, Botafogo, Estrela do Mar, Desportiva, Palmeiras, Evereste, Aparecida, União, Periquito, Independente, etc.
Futebol se pratica em praças esportivas, aceitando-se ainda a rudimentar denominação de campos de futebol. Independentemente da qualidade, Valadares já os teve em quantidade. Não os tem mais.
Na baixada do bairro São Pedro desapareceu o magnânimo Estádio Armando Vieira, palco de espetáculos hoje inconcebíveis. Em pleno coração da cidade desapareceu o campo existente no Colégio Ibituruna. Na JK, o campo ali existente deu lugar ao atual prédio e dependências do SENAC.
No bairro São Paulo, o crescimento e expansão imobiliária engoliram o campo existente. Terreno doado para a Desportiva Valadarense não passou de mera iniciativa não concretizada. O da PERIQUITO, simplesmente desapareceu. O do Rio Doce, de tantas histórias, também.
Os casos mais emblemáticos e cabeludos dizem respeito a Ibituruna, Bangu e Pastoril. No tocante ao último, deve-se evitar comentários por razões óbvias. Quanto aos primeiros cabem comentários, análises e reflexões de histórias nada agradáveis.
O tradicional Bangu, aquele de Almyr Lordes, de Almirzinho Lordes, de Dona Filhinha e de tanta gente boa que não está mais neste mundo, por doação do município, foi momentaneamente detentor de 3 terrenos destinados à construção de seu campo de futebol. Todos eles desapropriados posteriormente pelo próprio município mediante condições nunca cumpridas em mais de 20 anos.
Quanto ao Ibituruna da “pedra forte”, do FECA e da Niterói valadarense, sorte melhor não restou de vez que, também sendo detentor de terreno doado pelo município, teve o mesmo desapropriado para fins sociais. E nada de volta… nada em troca.
Mudanças ocorreram na sociedade em geral, inclusive, no mundo esportivo, seus adeptos, lideranças e dirigentes. Apaixonados verdadeiramente não mais existem. Com tristeza registramos, afora o cumprimento de norma legal, que não mais se justificam doações de terrenos pelo município para clubes construírem seus campos.
Uma valorização e política educacional e esportiva, se existente ou em vias de existir, justifica a iniciativa do Poder Público em dotar a cidade de alguns campos para a prática do futebol, dando-lhes a administração para sua própria secretaria.
Quanto a clubes e dirigentes, se bem intencionados, se sujeitariam a convênios que lhes permitiriam deles se utilizarem mediante determinadas condições, em especial manutenção e cuidados outros. Simples, não?!
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Guardiola, que se cuide! Os maiores entendidos do tal de futebol, os jornalistas brasileiros, certamente pedirão sua cabeça à frente da direção do City.
N.B.2 – Jovem e independente, inteligente também, Carpini é a bola da vez. Perde penalidades máximas, erra passes, perde oportunidades de fazer gols. Deve ceder a vaga para um grande jornalista esportivo.
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