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Saiba quais são os principais golpes na internet e como proteger o seu negócio

FOTO: Igor França

O aumento no número de golpes e fraudes no ambiente digital requer atenção redobrada na segurança digital das empresas

GOVERNADOR VALADARES – Em um mundo cada vez mais conectado, os desafios enfrentados pelos comerciantes vão além das questões tradicionais de mercado. A ascensão das plataformas digitais trouxe não apenas oportunidades de expansão comercial, mas também um aumento alarmante no número de golpes e fraudes no ambiente digital, representando um sério risco para o setor privado.

No dia 12 de março, a Polícia Civil de Governador Valadares realizou uma operação na casa de uma mulher, de 29 anos, suspeita de aplicar golpes em comerciantes locais. Utilizando o conhecido golpe do Pix, a investigada obtinha produtos sem efetuar os devidos pagamentos. Isso gerou prejuízos expressivos para os estabelecimentos comerciais da cidade. As investigações tiveram início em abril de 2023, após o registro de um boletim de ocorrência por estelionato feito por uma empresária de uma loja de roupas femininas. Ela relatou um prejuízo superior a R$ 60 mil. Conforme as apurações avançaram, mais vítimas surgiram com relatos similares, todas apontando a mesma suspeita e seu modus operandi característico.

Palestra

Em uma palestra realizada na semana passada para comerciantes de Valadares, no auditório da CDL-GV (Câmara de Dirigentes Lojistas), o delegado da Polícia Civil, Cleriston Lopes de Amorim, informou sobre os golpes mais comuns enfrentados no meio empresarial da região e forneceu orientações para preveni-los.

“O principal golpe, que é um golpe simples e fácil de ser resolvido, é o golpe do falso Pix. É quando o cliente faz uma compra, ou presencialmente, ou a distância pelo WhatsApp, por telefone, e ele envia o falso comprovante de Pix. Na verdade, o golpista faz um agendamento, ele edita esse comprovante, ele faz uma foto, ele printa, edita e manda esse falso comprovante. Só que é um golpe que a própria empresa pode identificar, verificando o extrato da conta”, disse o delegado responsável pela delegacia de falsificações e defraudações em Valadares.

Falsos boletos

“Outro golpe bem comum, e que empresas são vítimas, é quando elas vão pagar fornecedores de falsos boletos que digita na internet para poder atualizar um boleto bancário e imediatamente abre-se o link do site golpista. Então o site golpista atualiza o boleto só que o dinheiro não cai para a conta do fornecedor, mas sim para a conta do golpista. Então como o lojista ou o comerciante pode evitar cair nesse golpe? Quando ele efetuou o pagamento, antes de ele confirmar o pagamento, ele tem que verificar os dados do recebedor. Os dados do recebedor nesse caso não vão bater com os dados do fornecedor dele. Então é uma observação que deve ser feita. Muitas vezes, inclusive, os dados do recebedor, ao invés de ser um CNPJ, é um CPF. Então o CPF já é um indicativo de que ali pode ser golpe, porque geralmente os fornecedores recebem contas vinculadas a CNPJ. É um detalhe que tem que ser observado também”, destacou Cleriston Lopes.

FOTO: Igor França

Contas digitais

Outra modalidade de golpe abordada durante a palestra foi a invasão de contas digitais por hackers. O pode resultar na obtenção ilegal de dados sensíveis das empresas. O delegado enfatizou a importância de medidas preventivas, como restrições de acesso a sites não relacionados ao trabalho e a utilização de e-mails seguros com verificação em duas etapas.

“Geralmente os hackers invadem as contas da Google, as do Gmail. E invadindo essas contas, eles têm acesso a praticamente tudo da empresa. Porque hoje em dia toda essa movimentação que é feita via internet, ela é vinculada a uma conta, a um e-mail. A partir do momento que o hacker tem acesso a esse e-mail, ele consegue alterar a senha. E com essa alteração, o fornecedor, a empresa, o lojista, ele [o golpista] passa a ter os dados de clientes. Então o golpista muitas vezes ele faz chantagem, ele fala que vai devolver a conta, mas que quer tantos mil reais. Para evitar esse tipo de golpe, o primeiro passo é que os computadores utilizados da empresa só acessem sites e produtos relacionados à empresa. Isso porque funcionários, às vezes, que estão ali trabalhando horas, eles acabam, durante um horário de trabalho, entrando em sites pessoais, baixando programas, entrando em e-mails pessoais. Às vezes clica em algum link e nesse link já tem um programa instalado no seu computador para poder roubar suas senhas, roubar seus dados”, explicou.

Além disso, o delegado também ressaltou a ameaça interna, onde funcionários de confiança podem se tornar autores de fraudes, destacando a necessidade de uma fiscalização interna rigorosa e da distribuição equitativa de responsabilidades no ambiente de trabalho para evitar situações prejudiciais às empresas.

“Por exemplo, nós tivemos um caso de um determinado funcionário responsável por realizar os pagamentos da empresa, só que ele não realizava pagamentos para os fornecedores. Ele simulava esse pagamento, só que o pagamento era para uma conta de um laranja. E o proprietário da empresa como confiava, nem fiscalizava. Então depois de um ano, um ano e meio descobriu o rombo que já era milionário”, disse o delegado.

Aumento de estelionatos na cidade

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais revelam um aumento significativo nos registros de estelionato pela internet em Governador Valadares nos últimos anos. Em 2020, foram registradas 153 ocorrências, número que saltou para 416 em 2023. Os números se referem tanto a pessoa física como jurídica.

“Hoje em dia, os golpes praticamente são todos on-lines. Um golpista pratica um golpe em Valadares, mas ele está em Mato Grosso, está no Paraná, ele está em São Paulo. Então não é uma investigação muito simples. É uma investigação que muitas vezes requer representação judicial por quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo de telefone. Então são investigações mais morosas. Mas a gente também consegue obter informações extraoficiais que a legislação nos permite, por exemplo, dados cadastrais de telefones utilizados. Isso nem precisa de autorização judicial. Isso tudo facilita a nossa investigação”, explicou o delegado.

Uma pesquisa sobre golpes digitais realizada pela OLX, AllowMe, iCarros Itaú, Único, Who e Zoop, em 2023, deu mais detalhes sobre o perfil mais recorrente das vítimas. O estudo apontou que a maioria das vítimas em Minas Gerais é do sexo masculino (79%), sendo que 64% possuem até 31 anos. O levantamento revelou que as principais fraudes sofridas pelos mineiros são de falso pagamento (43%), falsa venda (30%) e invasão de conta (25%).

A pesquisa também indicou que mais da metade (53%) das tentativas de fraude aconteceram em horário comercial, geralmente às segundas-feiras, com 21%, e casos que acontecem no período da tarde (33%).

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