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Sacrifícios satisfatórios?

FOTO: Freepik

“Infelizmente, esses jovens não compreendem: frequentemente, é muito fácil sacrificar a própria vida, mas consagrar, por exemplo, cinco ou seis anos de sua bela juventude ao estudo e à ciência – nem que seja para multiplicar as próprias forças e servir à verdade, atingindo os fins desejados – é um sacrifício que vai muito além deles”. – Dostoiévski

Acredito que muitos dos leitores concordam que uma característica natural da juventude é o imediatismo: para os jovens, todas as coisas são “para ontem” e, além do imediatismo, a juventude é movida e marcada por um sentimento de heroísmo que se demonstra nos sacrifícios aos quais muitos jovens se dispõem a fazer, sacrifícios estes que são feitos na intenção de saciar seu imediatismo, visando o mínimo de esforço e comprometimento possíveis. A grande verdade é que, fazer determinados sacrifícios é muito mais fácil do que assumir as responsabilidades que as coisas nos cobram. Assim, o sacrifício passa a ser visto como um gesto mágico que resolve os problemas de forma imediata, sem ser necessário passar pelo caminho correto, enfrentando as dificuldades que aparecem e, acima de tudo, superando-as.

Para um namorado, uma namorada, ou para um marido ou uma esposa, nas relações familiares, sociais, e em todas as outras, é muito mais fácil fazer “sacrifícios” em prol de alcançar algo do que encarar os problemas, as dificuldades, e as responsabilidades de frente, reconhecendo seus erros, culpas, e compromissos, e se dedicando para mudar o que for preciso. Para os jovens, que sonham com um futuro brilhante, com um bom emprego, e estabilidade, os atos de sacrifício também são utilizados como atalhos para alcançar o que desejam, de forma que, para eles, como diz Dostoiévski em “Os Irmãos Karamázov”, é muito mais fácil para os mesmos sacrificarem até a vida, do que dedicarem anos de sua juventude aos estudos e à preparação para o futuro.

Como é fácil perceber, a observação de Dostoiévski não se aplica apenas aos jovens, mas a todos nós. Frequentemente, buscamos soluções rápidas e fáceis para nossos problemas, evitando o esforço contínuo e a dedicação necessária para alcançar objetivos mais elevados. Precisamos reavaliar nossas prioridades e estar dispostos a dedicar tempo e esforço às causas que realmente importam.

Valorizar o estudo, o conhecimento, a sabedoria, e a busca pela verdade é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social. Precisamos nos comprometer com o aprendizado contínuo e com a dedicação a projetos de longo prazo, pois os mesmos sempre nos trarão benefícios duradouros e significativos, indo muito além dos sacrifícios feitos para a satisfação de nossos desejos imediatistas, muitas vezes, sem recompensas satisfatórias à longo prazo.


Wanderson R. Monteiro

Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”.
 Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 15 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta – MG)

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