De saudosa memória o programa esportivo da TV Cultura de São Paulo denominado CARTÃO VERDE e levado ao ar aos domingos à noite, findos os espetáculos futebolísticos dos principais centros esportivos do país.
Dentre tantas figuras exponenciais há de se mencionar Flávio Prado, ainda hoje vinculado à mídia esportiva, aparentando ser profissional diferenciado, ético e profundo conhecedor dos bastidores esportivos, do futebol em especial.
Nos dias atuais, o programa se mantém, não mais aos domingos, porém, com outra roupagem e composição de seus profissionais e abordagens próprias dos dias em que vivemos, com destemperos os mais hilários e diversos. Tudo muda…
Na direção de uma partida de futebol, como pode(ia) um árbitro comunicar com clareza ao atleta e mesmo ao torcedor a aplicabilidade de uma advertência/punição? Qual o critério e como fazê-lo do conhecimento geral?
É certo que antes do surgimento e implantação dos cartões, as penalidades aplicadas pelos árbitros variavam ou destoavam. Peso da camisa? Importância da partida? Momento vivido? E o que mais?
A aplicação não igualitária das regras do jogo passava uma sensação de injustiça, contrariando o espírito esportivo e provocando as reações mais diversas, conflitos e confusões para todos os gostos.
Na Copa do Mundo de 1966, vencida pelos ingleses, a arbitragem foi um verdadeiro caos, com confusões generalizadas em determinados jogos. Acredita-se que em função de diferentes idiomas entre os participantes e seus atores.
O caso mais emblemático envolveu o futebolista RATTIN, da seleção Argentina, que ao ser expulso de campo frente ao selecionado da Inglaterra, revoltou-se e por aproximadamente 10 minutos se manteve dentro do campo de jogo, negando-se a cumprir a determinação do árbitro. Lembranças do Varzeano valadarense…
Coube ao árbitro britânico KEN ASTON a inovação da introdução dos cartões nos jogos de futebol, entrando para a história como inovador e criador de um processo que qualificou a prática esportiva, suavizando o sofrimento dos árbitros em geral.
Buscando eliminar ou evitar confusões e tratamentos diferenciados, imaginou ele um sistema simples com a aplicabilidade e exibição de cartões amarelos para as advertências e o cartão vermelho nos casos extremos de expulsões.
Ultrapassadas confusões iniciais próprias de tudo que é inovação, houve receptividade por parte dos atores envolvidos, qual sejam atletas, dirigentes, mequetrefes, torcedores, curiosos e desinformados. Óbvio.
Vai, daí que, nos dias atuais com tantas alterações, introduções e recomendações passadas aos árbitros, em especial nas interpretações de condutas culposas e não dolosas, os resultados dos jogos estão perdendo o sentido das disputas, rendimentos e qualificações de algumas equipes. O 11 de cada lado está à deriva e tem sido ferido de MORTE, com expulsões inaceitáveis, improcedentes e não recomendáveis em um esporte em que há o contato físico.
Quem sabe possa surgir um outro KEN ASTON para sugerir a aplicabilidade de um CARTÃO VERDE em determinadas situações do jogo, com o afastamento momentâneo do faltoso por alguns instantes, minutos mesmos e não sua exclusão definitiva do campo de jogo. Se tal ocorrer, certamente o futebol agradecerá.
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Muito bom encontrar nas proximidades do campo da Liga, no bairro São Paulo, a pessoa de Onofre Antônio de Araújo – 0 KANELINHA, nosso primeiro técnico de futebol à frente do São Paulinho, do mesmo bairro. Vida longa ao antigo mestre…
N.B.2 – A distância as saídas de Paulo Autuori e Paulo André do quadro de profissionais do Cabuloso preocupam. Profissionais por demais sérios e qualificados. PEDRINHO, além de cruzeirense, de ter muito dinheiro, é passional, o que não é salutar.
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Comments 1
Caro Luisinho. Leio sempre sua coluna dominical….todas lúcidas e verdadeiras. Seria interessante que as transformassem ou as traspusessem para um livro. Um livro histórico para a cidade e para o futebol valadarense.