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Pausa para meditação

Luiz Alves Lopes

“Tempo bom… não volta mais… saudades…” (Lilico). – Vivemos tempos difíceis, complicados e desafiadores. Algo de errado? Pandemia à parte, não mais há lugar para a nostalgia, restando-nos enfrentar uma realidade dura, difícil, cruel e desumana. Cenário desafiador.

Vida de cão? Tempo e dedicação aos amigos, aos colegas e aos problemas localizados de nossa comunidade ou mesmo de segmento que vivenciamos ou pertencemos um dia? De que forma? Qual o caminho? Como ser sal e fermento? Como ser luz?

Os simplistas falam em inovação, organização e planejamento. Perfeito. Basta uma varinha de condão e tudo se resolve. E as transformações? E os velhos hábitos? Como abdicar deles? Tarefa hercúlea que demanda muita força de vontade.

Vamos dar uma parada? Vamos pensar um pouco? Vamos refletir? Vamos dar uma pausa para meditação? Hum! Estamos passando pela vida. De que modo? Mantendo a mesma crença de que saci-pererê existe e mula sem cabeça também? Ou a ficha caiu?

No mundo esportivo que vivenciamos, que adoramos e pelo qual nos apaixonamos, o que de fato ocorreu? Vem ocorrendo? O que percebemos e o que está passando por despercebido?

Antes da covid, durante a covid e depois da covid, quantos dos nossos se foram? Temos dado conta de que envelhecemos e que somos mortais? Que não vamos ficar para sementes? Que devemos nos preparar e aceitar que os “chamamentos” que vêm ocorrendo com frequência ao nosso redor é ordem natural das coisas?

Mas ainda assim tem sido assustador. Ignorando a máxima de que ‘quem não é visto não é lembrado’, ao lado de inúmeros outros, temos frequentado capelas-velórios e cemitérios em percentual que vêm crescendo em progressão geométrica. É a vida, Bolivar…

Perdemos o ‘brigador’ Tataia, o eclético Vanderlei, o xerife Zoroastro, o eficiente e prestativo Erson, o irreverente Cotinha, o xerife de Carlos Chagas, João Miranda, o Cavaleiro Negro João JOTA Nunes, o inesquecível SERAFIM Leiteiro, o alegre Almirzinho Lordes, o controvertido Marreco, o médico Eloísio Chagas, o brigador Aloiso Cordeiro e…

O Samuel do Vila Isa, o Alicate do Almirante Barroso, o Tonico do saudoso Ypiranga, o Maizena da antiga Remac, o velho CAÇAPA, Abelardo ‘abelha’, Abacatinho, Otacilinho, Lirinho Cabral, o amigo de Valadares Agnaldo Timóteo, os dirigentes Milton Mariano e Otávio Coelho de Magalhães, o eclético Gilberto Metzker e tantos outros que certamente alguns leitores irão cobrar-nos. Entendam… a relação é enorme.

Na última semana o mundo esportivo valadarense foi surpreendido com o falecimento de dona GRAÇA, esposa de Gilberto ZIQUITA, ídolo de muita gente boa daqui da terrinha e por quem os torcedores do Clube Atlético Paranaense têm um carinho e respeito descomunal.

Muitos sabem, outros tantos não, que nosso ZIQUITA faz bastante tempo vem enfrentando sérios problemas de saúde, praticamente não andando, dependendo em todos os sentidos do carinho, atenção e dedicação de seus familiares, em especial de sua então esposa.

ZIQUITA passa a ser, a partir de agora, mais um dos integrantes do mundo esportivo valadarense a depender de nossa solidariedade, de nosso comprometimento e de nossa gratidão por tudo que fez pelo futebol valadarense, pelo Democrata Pantera em especial.

Aos ex-boleiros de um modo em geral, aos que vivenciaram e vivenciam o mundo esportivo valadarense, aos curiosos, inclusive, façamos todos do momento atual a oportunidade para uma profunda reflexão a respeito do que somos, do que pretendemos ser e do que podemos fazer para minimizar inúmeras situações de vulnerabilidade social a nosso redor.

Tempo é questão de preferência. Sejamos luzes para aqueles que insistem em nada ver, em nada enxergar, omitindo-se assiduamente. Sejamos sal a temperar as reações frias e indiferentes de muitos, oportunizando-lhes fazer o bem.

Estamos aqui de passagem. Viemos do pó e ao pó retornaremos. Todos temos aqui uma missão. Saibamos executá-la. Todos temos valores. A somatória dos valores implicará no resultado final. “Enquanto é tempo, cada um faça sua vida valer a pena”!


(*) Ex-atleta

N.B.-1 – 13 de fevereiro… mais um aniversário do Democrata Pantera, representante maior da cidade que um dia foi Princesa do Vale. Não tendo legitimidade para dissertar sobre a efeméride, registramos os nomes de Mammoud Abbas, Cel. Altino Machado, Rubens do Amaral, Valter Melo, João Ferreira, Geraldo Pimenta, Langlebert Trindade, Crisolino Ferreira, Almyr Vargas, Lino Alves Filho, Randolpho Moreira Bastos, Ubirajara Pinheiro, Matosinhos de Castro, dentre tantos, como figurantes de uma rica história.

N.B.2 – Pelo Mundial de Clubes, o representante brasileiro – o Clube de Regatas do Flamengo – se preparou exaustivamente para o duelo com o Real Madrid da Espanha. Esqueceu-se de uma partida tida como secundária. Deu-se mal. Praga do Dorival Júnior?

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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