Manhã de quinta-feira, dia 16 de maio, dedicamos parte dela para estar na residência de José Moacir Trindade – O FRANGUINHO, como ficou conhecido na pluralidade de atividades e ações por ele desenvolvidas neste mundão de Deus, dialogando com o próprio e seus familiares na busca de soluções para algumas demandas familiares. De lá saímos, animados e otimistas.
Ao escurecer do mesmo dia o interfone toca e surge a figura de Húdson “Budim” Duarte, antigo ponta esquerda meia boca dando conta de que infarto fulminante teria levado a óbito o velho e querido companheiro de todas as horas nas últimas décadas.
José MOACIR Trindade – o Moacir do Hospital São Lucas; o Moacir da Escola de Enfermagem da FADIVALE; o Moacir da UNIVALE; o Moacir da Praça de Esportes dos bons tempos do Figueira; o Moacir da S.R. Filadélfia; o Moacir do Esporte Clube Democrata; o Moacir do Coopevale Futebol Clube; o Moacir Dentista; o Moacir de TODOS, não importando a classe social.
Dedicação
Deixando de lado a rica biografia no tocante às atividades profissionais desenvolvidas por ele como enfermeiro, professor e odontólogo, há de se dissertar minimamente sobre parte da trajetória e participação do MOAÇA naquilo que se pode denominar de fragmentos da história esportiva de Governador Valadares.
SIM, o moço que veio de Inhapim, que era fã do goleiraço João JOTA Nunes, também vindo de Inhapim, que morou na Pensão do senhor José LEÃO, em frente ao portão de entrada do Colégio Ibituruna, que fez do BIDA um verdadeiro irmão, ganhou o respeito e admiração dos desportistas de Governador Valadares em função de sua dedicação gratuita em todos os momentos; nos momentos de adversidades em especial.
Ainda que integrante da segunda turma de Odontologia da antiga FOG, hoje Univale, portanto, formado em 1979, ao lado do Imperador Thébit, Miguel Jorge e outros menos votados, nosso Moacir se eternizou como o Moacir Enfermeiro, o Moacir do Hospital São Lucas, no qual militou por algumas décadas.
Bom de briga
O moço jovem, magro, tranquilo nas conversas e bate-papos, se transformava por ocasião das acirradas disputas esportivas não importando modalidade, quando as costumeiras quizumbas se apresentavam. O homem sempre foi muito bom de briga e não aliava não. Fazia estragos… Confere, Bolivar?
Aliás em épocas nas quais as contusões e outras adversidades dos futebolistas não tinham à disposição a modernidade dos tratamentos dos dias atuais, na época da toalha quente, do contraste, da infiltração, do aparelho de infravermelho e de coisitas outras, a dedicação de MOACIR se fazia presente como se fosse uma missão.
Polivalente
Polivalente como poucos, comprometido grupalmente falando, por onde passou e passava a inscrição do MOAÇA como atleta era feita. E dependendo da situação figurava ele como atleta, massagista, enfermeiro, dirigente e tudo mais. Era da turma dos “teimosos”, como bem definia o então roupeiro Pedrão, de saudosa memória.
Enfim, ficamos sem o Doutor. Assim, ficamos mais pobres. É mais um da velha guarda que nos deixa. Foi-se um pedacinho de nossa história, da história de um grupo heterogêneo que briga e discute entre si, porém, de um grupo que se gosta, que é solidário e que se entristece nos momentos de perdas e de dores.
Gratidão
PAPAI DO CÉU recolheu o Franguinho. Recolheu o que lhe pertencia. No entanto não temos o direito de nos revoltar, de nos indignar, de fazer beicinhos, lamúrias e reclamações improcedentes. Dessa forma, entendamos e compreendamos. Portanto se não for pedir muito, agradeçamos a DEUS por tê-lo tido junto de nós enquanto em sua caminhada terrena.
Alguém já disse que “há homens que acreditam nas ideias e acham que elas ressoam no mundo com maior estampido que os canhões. Acreditam que os pensamentos são mais poderosos que as baionetas e os princípios têm alcançado mais vitórias que os exércitos”.
“Há homens que não se parecem com outros homens; são diferentes e se tornam até esquisitos neste mundo onde a violência é tão natural e aceitável, onde se vive uma realidade de dor, de vazios que não são ocupados, de valores desajustados sem lugar para os sonhos, sem espaço para amar”. (apostila do doutor Mário Ottoboni).
Qualquer semelhança com José Moacir Trindade – o FRANGUINHO -, terá sido mera coincidência. Descanse em paz, velho GUERREIRO!
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Parece que a torcida do Mengo está acordando. Quem já teve Zico, Dida, Evaristo e outros fenomenais camisas 10, é brincadeira de péssimo gosto vê-la vestida por um tal de Gabriel.
N.B.2 – Ao que tudo indica, a saída de Cássio do Corinthians se operou de forma civilizada. Não importa quantas e quais histórias serão contadas.
Comments 3
Grande perda para Gov.Valadares. Moacir, o nosso Franguinho, vai fazer muita falta. Vá em paz
Estou em lágrimas. Que homenagem mais linda! Certamente, meu pai ficaria orgulhoso em ler. Embora, a todo tempo, em vida, já tinha certeza, do carinho dos amigos, especialmente o senhor, Luizinho.
Moacyr Trindade, irmão da minha esposa Eliana, sempre estivemos juntos desde que nos conhecemos .Abraços para todos da familia e sentimos muito a falta do amigo Moacyr que está descansando na paz de Deus.
Jorge e Eliana.