O atual técnico da seleção brasileira de futebol – o ético e decente Dorival Júnior, acaba de convocar o grupo de futebolistas para os jogos frente ao Equador e Paraguai, ambos valendo pelas eliminatórias para a próxima copa do mundo, sabendo-se que estamos em situação delicada na classificação atual.
A convocação foi feita por quem tem legitimidade para tal, aliás obrigação mesmo, porém se sujeita a todo tipo de análises e comentários advindos de um agrupamento de seres humanos que não parecem racionais e que se julgam e se sentem donos do mundo ou pelo menos do país, em termos esportivos.
Saudades de um João Saldanha – o técnico e não o jornalista, que se entre nós e na posição do Dorival Júnior, botava a ‘turma’ para correr, mandando-os todos ‘para o inferno’. Se relutassem ou revidassem, sacaria de um revólver (lembram-se do episódio envolvendo o ex-goleiro Manga?) e fazia um fumaceiro de arrepiar.
Para o grupo ou grupelho, não importa que não saibam quantos gomos tem uma ‘maricota’ e de que ela é feita (antigamente era de couro cru), do que ela mais gosta (de um bom gramado e bom trato) e a que se destina ou seu objetivo principal (ser colocada na casinha o maior número de vezes).
Querem palpitar, depreciando valores e qualidades dos escolhidos pelo chefe, tecendo considerações absurdas, incabíveis e mesmo inapropriadas para o momento vivido pelo futebol brasileiro, outrora o melhor do mundo. Atualmente, não.
Demonstram incoerência em relação às próprias posições anteriores, quem sabe pela paixão clubística de uma grande maioria, senão todos, não assumida publicamente pela covardia e personalidade doentia.
Deixem o treinador e sua equipe realizar o trabalho aventado, colocar em prática métodos e ideias, sejam tolerantes como o foram no passado com outros tantos, em especial com os mais famosos ou mesmo midiáticos.
Será que para integrar a seleção brasileira tem que ser atleta militante na premier league, a mais poderosa e rica do planeta, acrescida de mais uns dois ou três de grandes clubes mundiais? É pecado mortal inserir na lista de convocação atletas que atualmente estão jogando bem em terras tupiniquins?
Em tempos que se foram – alô Bolivar – corneteiros que desfilavam nos corredores do Mamoud Abbas, infernizavam a vida de muitos, não de todos, porque o bicho pegava. Sombração sabe para quem aparece. Certo Vicente Gomes?
Saudades de um Rui Porto, Armando Nogueira, Orlando Duarte, 0svaldo Faria, Nélson Rodrigues e outros tantos, os quais, de forma responsável e competente, porém com muita sabedoria, teciam considerações e análises próprias, cabíveis e pertinentes a respeito do futebol e de sua gente.
Todos eles tinham, no coração, o time de sua predileção. Todavia, eram profissionais sérios, responsáveis e competentes, não misturando as coisas, não distorcendo fatos, não trocavam alho por bugalho. Suas análises tinham o respeito do torcedor.
0s profissionais da atualidade, raríssimas exceções, não respeitam o ser humano, ignoram o passado de grandes vencedores e usam um palavreado chulo, pobre, ridículo e inaceitável para os tempos modernos. Deveriam voltar para a escola…
Pobre país em que, para se tornarem destaques e se sentirem importantes, alguns se valham de expedientes sórdidos, podres e descabidos, direcionando-os a pessoas do bem, educadas e com bons propósitos. Ledo engano, continuarão medíocres.
(*) Ex-atleta
N.B. – A morte do atleta profissional Juan Izquierdo, pertencente ao tradicional clube uruguaio NACIONAL, em decorrência de um ataque cardíaco ocorrido em pleno Morumbi, na partida contra o São Paulo pela Libertadores, nos faz refletir sobre o sentido da vida e nossa caminhada terrestre. A vida é um sopro; nada valemos.
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