Nos antigamente – faz um bom tempo, né Bolivar? estudávamos Organização Social e Política Brasileira, tínhamos ainda aulas de Religião, de Educação Física, noções de como falar em público, cumprimentávamos os vizinhos, respeitávamos os religiosos e os mais velhos, enfim fazíamos coisas diferentes. Sorríamos e fazíamos, também, muitas estripulias.
Avanços e modernidade chegaram. Friezas e indiferenças, também. Nos dias atuais tudo se resolve com a máquina e através da máquina. É voz geral: “não tenho tempo”. Pobres mortais. Não há tempo para um bom dia, para um abraço, para um sorriso. Coitados…
Antes, porém, contudo, todavia, entretanto, a modernidade e seus instrumentos a tudo registra, querendo ou não querendo o grande público, notáveis e não notáveis. Ainda bem. Falcatruas e atitudes não republicanas acabam por serem expostas.
E na “telinha”, não importando se a da poderosa ou não, presenciamos e tomamos conhecimento de coisas que até Papai do Céu tem duvidado, assustado e preocupado mesmo com o rumo das coisas e com a coragem dos humanos, simples mortais.
No famigerado Estado Democrático de Direito em que vivemos, fruto da Constituição Cidadã de 1.988, outorgamos todos nós procurações em branco a nossos representantes na Câmara dos Deputados e Senado Federal, acreditando piamente que independentemente da cor partidária, todos eles lutariam por dias melhores e pela paz social. Quanto engano…
Nos antigamente os debates políticos versavam sobre ideias, propostas e projetos de governabilidade, atentos ainda a projetos de vida de todas as classes e camadas sociais. 0s debatedores, dotados de sabedoria incomum, respeitavam e se faziam respeitar pelo vocabulário sempre rico, claro e objetivo, permitindo aos contrários justas e oportunas manifestações.
O que vemos hoje? Debates e pronunciamentos impróprios para menores ou mesmo pessoas simplórias, onde imperam as agressões e ofensas morais, repugnantes, desconstrutivas e que só acirram o ódio, a discórdia e a animosidade. Ausência total do verdadeiro debate.
Saudades do Doutor Ulisses, saudades de Rui Barbosa, saudades de Juscelino Kubitschek, saudades de Carlos Lacerda, saudades de Milton Campos, saudades de Franco Montoro, saudades de Mário Covas, saudades do velho Tancredo, saudades de José Serra, saudades do velho Abi-Ackel, saudades de José Maria de Alkmin, etc, etc, etc.
Vivenciamos tempos em que o nordestino Francelino Pereira, à frente do Governo das Minas Gerais, com equilíbrio, serenidade e sobriedade, atendia aos mandatários dos municípios mineiros com cordialidade e educação ímpar, não importando as siglas partidárias pelas quais alcançaram o poder da governança municipal. Verdadeiramente um estadista.
Batalhas puramente ideológicas são importantes e saudáveis para o fortalecimento de nosso país. Situação e oposição devem se enfrentar sempre, porém apenas por meio de debates, objetivando melhores políticas públicas, em favor da população.
O discurso de ódio e polarização raivosa nada constroem; pelo contrário estão extrapolando limites e nos encaminhando para um caminho não recomendável, perigoso mesmo, em que insultos e agressões estão se transformando em procedimentos comuns.
Há sim quem esteja mais preocupado com a exposição midiática e nas redes sociais, deixando de lado valores éticos e morais, concorrendo para um empobrecimento político assustador e descrença geral de nosso povo em relação a classe política. Lastimável.
O que fazer? O cidadão comum tem em mãos uma ferramenta poderosa e apropriada que é o seu poder de “voto” e livre discernimento na escolha de seus representantes. Resta ter conhecimento da dimensão de sua importância e do que fazer e como fazer para que a paz social seja uma realidade. A isto chamamos COMPROMETIMENTO e RESPONSABILIDADE.
(*) Ex-atleta
N.B.1 – É um grande equívoco da “boleirada” e de outros menos votados quando se insurgem contra textos com abordagens política e religiosa. 0 homem é um ser político e o ideal é que seja politizado. Quanto à religião, há um “mundão” que teve um Criador, logo…
N.B.2 – Ser técnico de futebol no Brasil não é tarefa fácil. Tem que se sujeitar a tudo e muito mais. Teria hoje lugar para Flávio Costa, Zezé Moreira, Oto Glória, Fleitas Solich, Ondino Vieira, Airton Moreira, Carlos Alberto Silva, Telê Santana, Muricy Ramalho, Luiz Alonso”Lula”Perez, Dorival “ Yustrich” Knippel e outros notáveis? E a mídia?
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