Luiz Alves Lopes (*)

O mais que milionário PSG de Messi, Mbappé e do antigo menino que brilhou no Santos Futebol Clube esborrachou-se diante do Real Madri e mais uma vez ficou no sonho de vencer a cobiçada Champions League da União Europeia de Clubes.
Por sua vez, disparados no campeonato espanhol, os madrilhenhos foram humilhados dentro de casa por um Barça em remodelação e sob o comando de Xavi. E por aí vai o futebol mundial sob nossos olhares. Pensamos? Temos inveja? Inovamos ou fazemos loucuras?
O PSG sintetiza o que há de mais violento, para não dizer podre, no esporte que um dia encantava pela alegria, individualidade de atletas, amor imensurável pela camisa do clube e um glamour que não pode ser esquecido, porém impensável nos dias atuais. Adotam a política de que “dinheiro” resolve tudo. Grana resolve muita coisa, não tudo…
Quanto ao Barça, por imperativo legal – lá a lei é para valer, não importando se grande ou pequeno – livrou-se de um Messi em final de carreira (há comentários de que pode voltar), buscou um ídolo de verdade, seu ex-defensor XAVI, confiando-lhe a árdua e difícil tarefa de reconstrução futebolística do clube. Parece que está dando certo, Daniel Alves à parte.
Altos e baixos ocorrem no futebol mundial envolvendo equipes poderosas ou que já foram poderosas, com gigantescas e assombrosas disputas comerciais. Para onde caminham o futebol, os clubes, mandatários e dirigentes?
De camarote, porém inquietos, alguns notáveis (parte também milionários) do nosso Brasil varonil aventuram-se em tê-los como exemplos a serem seguidos, adotando, com as devidas proporções, procedimentos semelhantes na composição de seus elencos e fazendo a alegria do torcedor dos dias de hoje, muito diferente do torcedor apaixonado de ontem. Afora a realização pessoal, né? Desnecessário dizer que se trata de uma ínfima minoria.
O rumo que tomou o futebol em todo o mundo fez com que clubes tradicionais e famosos se desestabilizassem e se atolassem em dívidas monstruosas, praticamente impagáveis, tornando-os vulneráveis e meros participantes de competições das quais um dia foram grandes atrações. Aliás, de algumas acabam ficando de fora. Falamos do futebol mundial. O Brasil é apenas mais um…
Minha gente, quanto ganha um ministro do STF? Quanto ganham sua excelência o presidente da República, o presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal, o procurador-geral da República, um governador de estado, um juiz federal, um juiz estadual, um promotor público, um delegado federal, um médico famoso etc., etc.? Divergências à parte, ralam e têm responsabilidades… que não são poucas.
Qual é a loucura que nossos dirigentes de clubes fizeram e continuam a fazer em relação aos salários de nossos principais atletas de futebol – repetimos: ‘atletas’, porque craques não mais os temos, certo? Como diz aquele comediante, de descolar…” – deixa prá lá.
Clubes famosos quebrados e inúmeros outros a caminho foram buscar na SAF – Sociedade Anônima no Futebol uma saída que os mantenha vivos. Uma novidade no Brasil. Dará certo? Os primeiros clubes a recepcioná-la serão cobaias? Pagarão um preço muito alto? Há ou haveria outra saída? A lei pode e deve ser aperfeiçoada? Com a palavra os estudiosos, entendidos, doutos e cultos.
Regra geral, qual o propósito de uma pessoa rica – milionária, melhor dizendo – ao adquirir a quase totalidade de um clube de futebol via SAF, totalmente enxuto, sem dívidas? Alcançar títulos, alegrar o torcedor ou apenas ganhar mais riqueza? É uma grande dúvida, né Fenômeno?
Em que pese o histórico ditatorial, Mário Celso PETRAGLIA mostra no Atlético do Paraná uma forma diferente e eficiente de administrar um clube de futebol, difícil de ser recepcionada por nossos clubes e dirigentes, ávidos por resultados.
Na Bragança Paulista foi bem recepcionada a transformação sofrida pelo BRAGANTINO e que mostra resultados seguros, positivos e compensadores. Certamente que o verdadeiro tamanho do clube muito concorreu para a aceitação. Em clubes de massa a cantiga é outra.
Há comentários de que uma LIGA está para surgir no futebol brasileiro. Será? Dará certo? E o jeitinho brasileiro? Não seria melhor reformular o que aí está?
Dispensando a unanimidade por ser ela impossível ou mesmo porque alguém já disse que “‘toda unanimidade é burra” (Nélson Rodrigues), quem sabe se uma robusta e contundente maioria dos dirigentes brasileiros se posicionasse o problema seria resolvido?
Em todos os salários dos grandes atletas de futebol no Brasil, de renomados técnicos de futebol e de alguns profissionais que integram a estrutura do futebol brasileiro, ELIMINAR/CORTAR um ZERO à direita, trazendo-os e reduzindo-os a patamares dignos e aceitáveis.
Que os atletas atuem até os 35 anos de idade e depois cassem serviços, atendam às exigências legais e aposentem-se mediante normas do Regime Geral da Previdência Social, como qualquer brasileiro nato ou naturalizado. É sonhar demais, né?
(*)- Ex-atleta
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