Endgel Rebouças assumiu a Regional de Governador Valadares no dia 4 de abril
O novo delegado regional da Polícia Civil em Governador Valadares começou efetivamente os trabalhos nesta semana. Endgel Rebouças foi nomeado no dia 4 de abril, depois de processo seletivo interno do órgão, e assume agora os 32 municípios e 8 comarcas que fazem parte da região.
Por telefone, o Diário do Rio Doce conversou com o delegado para saber quais são as expectativas e os planos para melhorar a segurança e outros serviços prestados pela Polícia Civil na região. Confira:
DRD – A região de Governador Valadares tem uma problemática extensa, com alto índice de homicídios, tráfico de drogas e feminicídio. Como avalia o cenário e quais ações considera necessárias?
Delegado – É necessário aumentar a agilidade. Primeiramente, já começamos a trabalhar com a interligação do sistema de ocorrências, no âmbito virtual. Nós já temos em Valadares a divisão em delegacias especializadas, como a Delegacia da Mulher e a Delegacia de Homicídios. O que estamos melhorando agora, e que vai dar mais agilidade na solução dos problemas, é a integração virtual.
Por exemplo: se ocorrem simultaneamente dois homicídios, um na Ilha e um no centro de Valadares, a Polícia Militar vai fazer as ocorrências e elas serão destinadas, diretamente, para as delegacias específicas desse tipo de crime. Antes, a ocorrência entrava no sistema e todas elas ficavam misturadas. Assim, com esta divisão, nós ganhamos velocidade.
DRD – Já existe alguma ação objetiva que pretende desenvolver? Ou algum problema específico que acredite que deve ser priorizado?
Delegado – Estou agora mesmo na rua avaliando uma questão que considero primordial, que é melhorar a acessibilidade de alguns prédios que ainda não estão adequados. A Polícia Civil em Valadares já vem trabalhando nisso há algum tempo.
Nós tivemos, por exemplo, a transferência de toda a parte administrativa, que ficava no imóvel da rua Israel Pinheiro, no Centro, para a unidade do bairro de Lourdes. E agora nós precisamos finalizar este processo, que é pra garantir a acessibilidade total e o atendimento a toda a população, da melhor forma possível, em todos os serviços que são prestados.
A unidade do bairro de Lourdes já foi completamente reformada, dentro das normas de acessibilidade.
DRD – Qual a estratégia e planejamento para atuar em conjunto com os demais órgãos de segurança da cidade?
Delegado – Nós temos uma política do Estado que prevê a integração das forças de segurança. Assim, temos a Integração e Gestão de Segurança Pública (Igesp), que é um modelo de organização de gestão do trabalho policial. A Igesp é uma proposta da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (SEDS), justamente para trabalhar de forma integrada.
Aqui em Valadares nós temos a 8ª Risp (Região Integrada de Segurança Pública), que une o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal no mesmo prédio. Então, a integração é permanente. Nós temos reuniões periódicas destes quatro órgãos, justamente com o objetivo de discutir as áreas que precisam de mais atenção.
DRD – O efetivo e a estrutura física (prédio, mobiliário, servidores, viaturas, equipamentos de tecnologia e armamento) são satisfatórios e suficientes para o trabalho da Polícia Civil?
Delegado – Sim. Felizmente nós temos uma frota adequada, viaturas novas. Mas, também, claro, temos novos veículos e novos computadores sendo pleiteados, com o objetivo de melhorar ainda mais.
DRD – Sobre a situação atual que estamos vivendo, qual a sua avaliação sobre este tempo tão conturbado que o cidadão valadarense vive, que gera uma sensação de insegurança à comunidade, e como a Polícia Civil tem trabalhado?
Delegado – É um momento difícil para todos, e nós não podemos deixar a população desamparada, apesar de tudo. Por isso, as demandas de urgência continuam funcionando da mesma forma. Demandas relativas à Lei Maria da Penha, afastamento do agressor, violência contra crianças e idosos – as delegacias destas áreas continuam atendendo normalmente, em serviço pleno, sem nenhuma interrupção.
Já os serviços que não são de urgência, e que também são de responsabilidade da Polícia Civil, como o serviço de emplacamento, CNH, troca de categoria, e outros, estão funcionando mediante agendamento, atendendo às normas de segurança em prevenção ao coronavírus. Então, você pode sim emplacar seu veículo novo, tirar sua carteira de habilitação, mas isso precisa ser previamente agendado pra que a gente evite aglomerações desnecessárias.
DRD – Como é escolhido o delegado regional pela cúpula da corporação?
Delegado – Na lei orgânica da Polícia Civil, os cargos de chefia têm um processo seletivo específico. No caso do cargo de delegado regional, a rotatividade é de 5 anos, e o processo é aberto para quem está no nível especial de carreira, ou seja, que já têm mais de 10 anos de serviço.
Funciona da seguinte forma: a vaga é anunciada, e quem está dentro deste requisito se inscreve. Depois os currículos são avaliados, nós passamos por uma sabatina, e assim é feita a seleção.
Saiba mais sobre o novo delegado regional de Governador Valadares
Endgel Rebouças é natural de Vitória, capital do Espírito Santo. Ele atua como delegado no estado de Minas Gerais desde 2005. Foram 6 anos em Manhuaçu e 9 anos na Delegacia de Guanhães. Agora, o delegado acaba de assumir a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Governador Valadares (DRPC), que engloba 32 municípios de 8 comarcas: Aimorés, Conselheiro Pena, Galileia, Governador Valadares, Itanhomi, Mantena, Resplendor e Tarumirim. A DRPC-GV atende uma população total de aproximadamente 530 mil pessoas, conforme dados do IBGE atualizados em 2018.
O delegado é pós-graduado em Direito Administrativo (2020), Direito Penal e Processual Penal (2019) e Gestão em Segurança Pública (2017), todos pela faculdade Unileya. Também é pós-graduado em Direito Civil (2005) e graduado em Direito pelo Centro Universitário do Espírito Santo (2004).
