Com a arbitragem brasileira nos dias atuais marcada por tantas “pataquadas”, resta-nos retroceder no tempo e relembrar figuras de relevo que fizeram história na arbitragem nacional e internacional, noves fora Armando Marques, Cidinho “bola nossa” e Joaquim “Cocó”.
Abdicando do cenário nacional e mesmo do próprio estado, o saudosismo nos leva a nomes de árbitros de proa do futebol amador valadarense e região, cada um com suas individualidades e características próprias e que marcaram época no período de ouro do esporte das multidões no Leste de Minas.
Para os da velha guarda, dúvidas não existem na afirmação de que o maior de todos respondia e respondeu pelo nome de ARNÓBIO GUIMARÃERS PITANGA. Verdadeira legenda de nossa arbitragem, reconhecido pela Federação Mineira de Futebol. Divergências com o sobrinho Pedrinho Pitanga, ponta direita do Pastoril, teria sido mera fatalidade.
A seguir, notabilizou-se na arbitragem valadarense, mineira e brasileira, Ângelo Antônio Ferrari – o bola nossa -, em gloriosa carreira numa atividade vista com desconfiança em função da não profissionalização. Ângelo soube, como poucos, destacar-se, realizar-se e impor-se com um dos melhores árbitros mineiros no cenário nacional.
Na sequência, sem ordem alguma, Wilson Henrique da Silva – o Zé Nilton, portador de uma humildade pouco mista entre os mortais, conhecimento impecável das regras do jogo, tendo lhe faltado coragem para seguir adiante, buscando patamares maiores em alguma federação estadual. Deixou-nos, faz pouco tempo.
Irineu Farias de Oliveira – então militar da ativa, de cara fechada e de pouca conversa, avesso ao diálogo, sempre era chamado para dirigir os grandes clássicos, as rivalidades regionais e as rixas domésticas. Deu grande contribuição para a formação de novos árbitros, figurando ativamente no Departamento de Árbitros valadarense.
José Portilho de Magalhães – o Portilho do Corpo de Bombeiros, fiel escudeiro de Arnóbio Pitanga e sempre presente de forma gratuita nos jogos da categoria de dentes de leite e nos Jogos de Caridade. Muito bem relacionado, de educação refinada e profundo conhecedor das regras do esporte das multidões. Deixou saudadas que não são poucas.
Jurandir Schuengh Alves de Paula, figurou na lista dos maiorais da arbitragem valadarense por décadas e décadas que não foram poucas. Antes, militou como atleta amador em defesa do Esporte Clube Vermelho 27. Também foi zagueiro que ‘zagueirava’. Verdadeiro Xerife.
Clério Teixeira de Siqueira -o subtenente Clério, que de militar nada apresentava. Educação refinada, de fala mansa, prestativo como poucos. Árbitro do diálogo e do entendimento, conhecedor das regras para uma boa arbitragem, solidário sempre. Também já partiu.
Manoel Soares Neto – o Bauer – consagrado craque do passado e que também se enveredou no mundo da arbitragem valadarense. Educação refinada e muito equilibrado em suas decisões e condutas dentro das quatro linhas. Coisa rara nos dias atuais.
Osvaldo Alves Pereira – o Osvaldo da Fundação SESP, o barrigudo, o prestativo, o autêntico, o solidário, o presente nas horas difíceis. Tinha clássico regional em Carlos Chagas – Borroló x Cruzeiro, lá se ia o Osvaldo para a direção da contenda. E o bicho pegava…
É claro que há uma enorme relação de nomes que serão invocados, dentre eles os do Lusitano Costa, do Valdemir Tavares, do Valter Gomes, do José Osvaldo, do Jazi Coelho, do José Soares, do Hélio Gomes, do velho Marcos, do Juca da Praia, do José Santiago Guimaraes, do Édson Leite, do José Efigênio, do Washington Jorge, do Valdir Rodrigues, do José Porto, do José Deolindo da Silva, do Djalma Costa, do sargento Elias e de um mundão de gente boa que militou na arbitragem valadarense.
O objetivo do artigo/texto é o de despertar a atenção do antigo Departamento de Árbitros e de possível Associação da classe de árbitros valadarense, da situação de vulnerabilidade social em que se encontram antigos árbitros de nossa cidade, merecedores da mão estendida. Lembrá-los, reverenciá-los e elogiá-los, apenas, é muito pouco. Assisti-los, eis o desafio.
(*) Ex-atleta
N.B. 1 – Salvo situação excepcional, inaceitável jogar nas costas de um jovem a responsabilidade da cobrança de uma penalidade máxima. Omitiram-se os maiorais, os ‘cascudos’ e aqueles que acham os maiorais. E o comandante, também.

N.B. 2 – ´E verdade que nossa arbitragem é uma ‘droga’, porém, não menos verdade que o atleta brasileiro e os dirigentes, em nada contribuem. Reclamam e dificultam tudo. Donos da verdade.
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Comments 2
Esqueceram de mencionar o nome do Adaozinho vulgo carrapicho com 20 anos de arbitragem em Valadares, eu mesmo
Esqueceram de mencionar o nome do Adaozinho vulgo carrapicho com 20 anos de arbitragem em Valadares, eu mesmo