Dileymárcio de Carvalho (*)
O sofrimento emocional no trabalho é também uma queixa frequente no meu consultório. E em muitos casos, mais que resolver as consequências emocionais, muitas pessoas precisam mesmo é mudar de trabalho para não “se perderem psicologicamente”. E aqui nenhuma fuga ou esquiva da realidade. Quando identificamos esse ponto como condição de saúde psíquica, também é preciso organizar as emoções.
Pontos, como salário e o custo do dia a dia mantido pelo trabalho são levados em consideração de uma forma prática e projetiva. Mas trabalhamos os custos emocionais de um desligamento voluntário ou negociado, porque em ambas as posições há um custo psíquico quando a decisão é mesmo sair do trabalho.
No processo de estruturação emocional algumas perguntas são importantes: qual o momento em que de fato eu avaliei a minha carreira profissional? O que de fato faz sentido para minha vida, e o quanto o atual trabalho desenvolve esse sentido? Qual a contribuição desse trabalho no meu desenvolvimento pessoal nos últimos seis meses e um ano? Quem eu sou e quem eu deixo de ser quando sair desse trabalho?
As respostas não são impostas na terapia e são à base do enfrentamento emocional para a decisão de deixar o emprego. Vejo com frequência é que o percurso emocional no trabalho, ou seja, o dia a dia de desgaste emocional não tratado levou ao sofrimento ao ponto pela decisão de deixar o emprego. E são dois conflitos: ou o emprego gerou sofrimento desde o início, ou por muito tempo ele também supriu a minha estabilidade emocional, mas diante de enfrentamentos necessários não tive recursos ou apoio psicológico para lidar com muitos desgastes.
A grande questão é que buscar outro trabalho quando identificamos que não dá mais é também um processo emocional. E aqui está uma das atuações da Psicologia Comportamental: analisar como essa “queixa” precisa ser trabalhada como recurso emocional nas demais áreas da minha vida. Quando o trabalho prejudica o senso de propósito na minha vida preciso atuar emocionalmente nesse ponto especificamente. E a busca é por novos comportamentos emocionais que nos preparem para a mudança.
Mas não se engane: muita gente só não “larga o trabalho agora” porque outros pontos da vida não estão alinhados psicologicamente. Mas também recebo profissionais que literalmente “jogaram tudo para o alto” para salvar o emocional, e ai trabalhamos essa sustentação psicológica para um recomeço.
Mas se a decisão for por deixar o trabalho por causa de sofrimento, busque um fortalecimento psicológico primeiro. Faz sentido para você ou para alguém que sofre nesse momento por causa do trabalho? Entre em contato comigo ou envie esse texto para quem está passando por essa situação.
Dileymárcio de Carvalho – Psicólogo Clínico Comportamental- CRP: 04/49821 E-MAIL: contato@dileymarciodecarvalho.com.br
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