Vou falar hoje de duas palavras que têm causado embaraço a muitas pessoas, não sei se a você inclusive… Às vezes também não causam nenhum problema, pois muitas vezes a pessoa não tem consciência se está ou não falando errado. É o meu caso com o dinheiro. Não tenho nenhum problema com dinheiro, pois não o tenho… Convivi na Câmara Municipal com alguns vereadores desta cidade que não tinham problemas com a gramática, nem com dicionários, pois muitos nem sabiam da existência deles…
As palavras de hoje são MENOS E MEIO. Você já viu alguém usar essas palavras erradamente? É a coisa mais fácil de encontrar. É comum ouvir-se: “Hoje tem MENAS pessoas na festa”. Usei TEM, porque a pessoa que fala MENAS, usa também o verbo TER no lugar de HAVER. O certo é: Hoje há menos pessoas na festa. A palavra MENOS é invariável, não muda nunca. Mesmo que se refira a uma palavra feminina no singular: Ponha MENOS açúcar no café.
Outro dia achei muito engraçado quando uma moça disse na maior tranquilidade: “Aquela moça está com MENAS roupa”. Fiquei pensando: Já vi gente comer muita coisa esquisita, mas comer roupa…
A palavra MEIO admite flexão, mas é preciso tomar muito cuidado com ela. Quando significa “mais ou menos ou quase” é um advérbio, sendo, nesse caso, invariável: A porta está MEIO aberta. / A tarde estava MEIO escura. / Ela estava MEIO tonta.
Quando, entretanto, a palavra MEIO significa “metade”, aí é um adjetivo, admite, pois, variação em gênero e número, isto é masculino e feminino, singular e plural. Os exemplos esclarecem bem: Só MEIA porta estava aberta. / Ele chupou MEIA laranja. / Ele comprou MEIO quilo de carne. / Havia sobre a mesa dois MEIOS limões.
Amigos, a nossa língua não é tão difícil como se apregoa por aí. Como todo assunto, tem de ser estudado com atenção e interesse. Façam isso e passarão a amar e a usar corretamente “A última flor do Lácio…”
Ilvece Cunha | Professor de Português