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MARCAS DA COVID-19

por Crisolino Filho

Como quase tudo na vida, a pandemia do coronavírus também vai deixar suas marcas nos livros de História, que vão ser lembradas e estudadas no futuro pela população. Então, vamos a algumas delas:

Daqui a 100 anos quando forem estudar as maiores pandemias que o mundo já sofreu, esta certamente estará entre as mais graves delas, como foram a Peste Negra, que durou sete anos (conhecida também como Peste Bubônica), ocorrida entre 1346 e 1353 (quando atingiu seu pico na Europa) e que matou, em sete anos, segundo estudos realizados, entre 75 e 200 milhões de pessoas.

A conhecida Gripe Espanhola, que durou exatos três anos, ocorrida entre janeiro de 1918 e dezembro de 1920, matou cerca de 50 milhões de seres humanos. E agora, sem conhecimento final de um tipo de vacina ou remédio, a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus,  que surgiu na cidade chinesa de Wuhan, já infectou 4,4 milhões de pessoas, e já matou até o último dia 14 de maio cerca de 300 mil pessoas mundo afora, isso de acordo com relatório da universidade americana de Johns Hopkins.

Fizemos algumas observações sobre o atual comportamento dos cidadãos em relação a alguns tópicos. Quando fontes oficiais informaram que no mês de fevereiro o vírus já estava infectando pessoas no Brasil, poucos usavam máscaras, e quem naquele tempo usasse, era visto com desconfiança pelos demais; era uma atitude quase que exótica. Isto é: quem usasse máscara no início da pandemia poderia se sentir intensamente observado. Na inversão direta e proporcional dos acontecimentos, a coisa mudou; hoje praticamente todo mundo está usando a bendita máscara, e quem não a usa, é quem é visto com desconfiança por seus pares, até porque, ela é de uso obrigatório no interior dos estabelecimentos comerciais, tanto pelos comerciários como pelos consumidores.

Sua popularidade atingiu tamanha proporção, que já tem até máscaras estilizadas, personificadas, sensuais, “extraterrestres”, de desenhos de heróis, descoladas, com escudos de times de futebol, etc. Quem se lançou primeiro no comércio de máscaras, se deu bem! Apareceram também as máscaras artesanais e/ou caseiras, diferentes das máscaras esterilizadas, compradas em farmácias. Já são vários os pontos e ambulantes vendendo o produto rua afora, com preços variando de R$ 3,00 a R$ 10,00. Já tem muita gente fazendo um “troquinho” extra.

Se por um lado a maioria dos setores do comércio está passando por muitas dificuldades (e ponham dificuldades nisso!), tem setores que nos parece que estão se dando muito bem, como é o caso de supermercados, farmácias, “i-Food”. Ficar em casa tem levado a população a consumir mais e a comprar mais remédios. Isso sem contar que especialistas estão prevendo uma série de doenças emocionais em função do isolamento social, mas que, apesar de necessário, é uma coisa muito chata. Tem até um ti-ti-ti rodando por aí de que o número de divórcios vai aumentar…

E como não poderia deixar de ser, o coronavírus, assunto do momento, está bombando nas redes sociais; são centenas de memes, piadas, brincadeiras e recadinhos picantes. Não dá nem para enumerar os mais interessantes, sob pena de ser injusto. Os brasileiros são muito criativos. De qualquer forma, alguém perguntou se o governo depois vai repor os feriados que foram engolidos pelo “ficar em casa”; tem outro que o internauta pergunta se o “covite” é só para 19 pessoas ou pode levar mais gente? E que se esse pessoal todo atender ao “covite”, é melhor cada um ir no seu carro, ou seja, não dá para ter ‘caronavírus’; e se as 20h30 você estiver na sala e escutar a musiquinha tema do Jornal Nacional, coloque rapidamente a máscara, óculos protetores, roupas e botas especiais, luvas, protetores auriculares, capacete e coletes a prova de vírus. Tudo isso são marcas deixadas pela Covid-19.

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