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Mais que uma profissão

FOTO: Freepik

Existe um ditado popular que diz que “o trabalho dignifica o homem”, e certamente assim é; o trabalho nos traz responsabilidades, nos ensina a ter disciplina e, com isso, pode nos legar um bom nome e dignidade. Contudo, a importância do trabalho em nossas vidas vai além da responsabilidade e da disciplina, influenciando nossa identidade civil e pública. Quantas vezes somos identificados pela profissão que exercemos, independentemente de sermos professores, pedreiros, lavradores, advogados ou médicos? Porém, a profissão, embora significativa, não define a totalidade de quem somos como indivíduos, ou, pelo menos, não deveria se resumir a tudo aquilo que somos.

Ainda que o trabalho tenha um papel central em nossas vidas, ele não esgota nossa identidade. Todas as pessoas são multifacetadas e surpreendentes em habilidades e características. Como exemplo, podemos citar o carpinteiro, que mais tarde se tornou um mestre da sabedoria universal, mostrando que somos mais do que nosso emprego, e que temos capacidades, desejos e aspirações, que vão muito além daquelas esperadas em nossa área de trabalho e atuação.

Ainda seguindo o exemplo citado, seguindo a ideia de que nós não nos resumimos às responsabilidades e conhecimentos provenientes de nossa profissão, vejamos aquele que, provavelmente, é o “carpinteiro” mais conhecido de toda a história da humanidade. O carpinteiro aprendeu carpintaria com seu pai e religião com sua mãe, e embora fosse conhecido como “o filho do carpinteiro”, sua verdadeira identidade transcendia em muito esse título. Aos doze anos, já surpreendia os maiores sacerdotes com sua inteligência e conhecimento e, na idade adulta, dedicou-se a ensinar sobre a vida feliz e bem-aventurada, e sobre como viver uma vida que agrada verdadeiramente a Deus.

O carpinteiro falava e ensinava sobre agricultura, construção, economia e religião, demonstrando um vasto conhecimento que ia além de sua profissão inicial. Sua trajetória prova que o trabalho é uma parte significativa de nossas vidas, mas não é a totalidade de nosso ser. Não devemos permitir que nosso trabalho nos defina inteiramente ou julgar as pessoas apenas por suas ocupações. Todos temos a capacidade de ser mais do que imaginamos, desde que nos dediquemos a conhecer e desenvolver nossas várias habilidades e interesses.

O verdadeiro valor do trabalho, além de ser a base de nosso sustento, está em como ele contribui para o desenvolvimento de nossa identidade e dignidade, mas ele não deve ser a única medida de nosso valor. Devemos nos esforçar para enxergar além das profissões e reconhecer o valor intrínseco de cada indivíduo, suas habilidades únicas e suas contribuições diversas para a sociedade. Ao fazermos isso, podemos começar a ver as pessoas em sua totalidade e valorizá-las pela completude de tudo aquilo que elas são.

Em uma sociedade cada vez mais definida por títulos e ocupações, a frase “o trabalho dignifica o homem” ainda se apresenta como uma lição valiosa e importante mas, em muitas circunstâncias, a frase não abarca a totalidade das capacidades e meios de ação que possam ser possuídos por uma pessoa. Como pode ser exemplificado na vida de Jesus, nossas habilidades e conhecimentos vão muito além do que fazemos para ganhar a vida.

Assim sendo, devemos valorizar o trabalho, sem dúvidas, mas também reconhecer e cultivar outras dimensões de nossas vidas e de nossas habilidades que vão muito além de nossas funções diárias.


(*) Wanderson R. Monteiro
Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”.
 Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 13 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta – MG)

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