“O importante é competir” é a histórica frase de autoria do francês Pierre de Frédy – o Barão de Coubertin, por ocasião dos jogos olímpicos de Paris, ocorridos em 1908, objetivando motivar os competidores em geral.
Passado mais de um século de tal afirmativa, diante de um mundo enraivecido, calculista, mercenário e capitalista, o esporte se transformou, virou negócio, empreendimento, alternativa de investimento e tudo mais que se pode imaginar quando se pensa em enriquecimento, não importando os meios. Embrutecimento total.
Ironicamente ou desavergonhadamente alguns chamam de modernidade a comercialização de tudo, inclusive, de clubes de futebol espalhados mundo afora, já tendo chegado, inclusive, na terra de Cabral. As camisas estão se desfigurando…
A desigualdade global em todos os sentidos, inclusive, quando se fala em educação, formação moral do ser humano, costumes e tradições, proporcionam-nos vivenciar as mais diversas situações que nos fazem rir, chorar e emocionar.
Os ingleses, sempre eles, ao verem se encerrar um ciclo vitorioso do técnico alemão Jurgen KLOOP à frente do Liverpool, prestaram-lhe emocionante e justa homenagem pelo trabalho desenvolvido com seriedade, com respeito, com competência e com um largo e sincero sorriso sempre presente em seu rosto. Inesquecível.
Na Espanha, o estádio Bernabéu presenciou a última partida do alemão Toni KROOS em seus domínios, faltando-lhe ainda a contenda final da Champions, que será realizada no estádio de Wembley, em Londres, na Inglaterra. A seguir, disputará a EURO por seu país e se retirará dos gramados com todos os méritos. Foi reverenciado e reconhecido pelo torcedor, dirigentes e autoridades presentes. Ficará na memória.
Ainda da Inglaterra vem a notícia bombástica de que o brasileiro Lucas PAQUETÁ, futebolista, teria se metido em falcatruas que a legislação inglesa pune com muita seriedade e rigidez, coisa rara por aqui, podendo ser banido da prática do esporte rei na terra que já foi da rainha. Teria forçado inúmeras vezes o recebimento de cartões amarelos para beneficiar apostadores de sua querida Ilha de Paquetá, na baixada fluminense. Estamos falando de atleta da seleção canarinha…
Terra de Santa Cruz
Na terra de Santa Cruz, um tal de NETO, que foi futebolista mediano, muito embora tenha ou faça uso do rótulo de craque, veio a público para recriminar o GUARANI de Campinas por ter cedido seu ginásio esportivo para realização de evento objetivando angariar doações para os irmãos do Rio Grande do Sul. Sua irresignação se deveu a presença de atores políticos no evento. Simplesmente ridículo…
Nas Minas Gerais, com as mudanças ocorridas no comando do Cabuloso, reaparece a figura de Alexandre MATTOS com uma volúpia que preocupa e que merece reparos. Há de se ter ética e respeito no desenvolvimento de determinadas atividades e funções. Há de se respeitar os demais clubes, independentemente de suas posses.
Chegamos a situação mais conflituosa, complexa, de difícil entendimento, que preocupa e preocupará muito mais ainda, sintetizada no imbróglio da partida AMÉRICA x SANTOS, quando após uma contusão do goleiro santista um atacante americano empurrou a pelota para o fundo das redes. Revolta geral, invocando o (famigerado?) desmoralizado fair play no futebol brasileiro.
Lealdade, boa conduta, jogo limpo, comportamento ético, dentre outros, são qualitativos pertinentes ao fair play. Pode-se esperar que vingue no Brasil? Dentro dos próprios atletas do América ocorreram pronunciamentos conflitantes na análise do acontecido. Por parte da mídia raivosa, também. Muita subjetividade.
De todos os registros, uma única certeza. O futebol, como temos dito, virou um grande negócio, bem mais amplo de que os negócios da China. E como em todos os negócios, há inúmeras oportunidades para a prática de ações não republicanas. Quanto ao torcedor, totalmente cego, continua sonhando em ver o seu clube de coração vencedor de disputas as mais diversas.
Já pensaram em invocar fair play nos jogos entre Borroló e Democrata; Esporte Clube Caratinga e Democrata; Clube Atlético Pastoril e Democrata ou ainda Coopevale e Internacional? Dá certo não, Bolivar…
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Bom e emocionante ver na telinha a figura de Dirceu Lopes voltando a frequentar a Toca da Raposa. Que simplicidade… Bem que o Neto podia copiar…
N.B. 2 – Será que o Mais Querido não poderia destinar a multa aplicada ao tal de Gabriel para as vítimas do Rio Grande do Sul?
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