Por Crisolino Filho (*)
Muitos já sabem… muitos já sabem…mas alguns ainda não sabem a origem dessa história. Em nome da desavença disseminada entre árabes e judeus, milhares de inocentes já perderam suas vidas. O conflito que ocorre na região conhecida como Antiga Palestina, é milenar, e que, contemporaneamente reacendido, já dura quase 150 anos, remontando ao terceiro quarto do século XIX – 1875. Com o crescimento da imigração dos judeus para aquela terra, principalmente depois da 2ª Guerra Mundial – com o episódio do Holocausto, o conflito se agravou após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Os palestinos querem o controle de um estado independente na região da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, dois territórios ocupados pelos israelenses desde 1967, tendo como capital Jerusalém Oriental.
Árabes e judeus são literalmente irmãos de sangue, POR PARTE DE PAI, mas inimigos quando se fala da criação de suas respectivas nações. Reinam entre os dois grupos radicalismo, religião, sentimento de vingança e interesse histórico/econômico.
Para entender um pouco mais a história desses dois povos, a Bíblia preconiza, no Velho Testamento, que o patriarca Abraão, aos 75 anos, recebeu um chamado de Deus, intimando-o a migrar para a região de Canaã, onde ficam as cidades de Jerusalém, Belém, Hebron e Jericó. O Senhor prometeu então que dos descendentes do patriarca originaria, a partir dali uma grande nação. Porém passados dez anos do chamado, e já estabelecido na nova terra, Abraão não havia conseguido ainda dar existência à prometida prole. Sua esposa Sara, esperançosa da confirmação da profecia do Senhor, incentivou seu companheiro a matrimoniar-se com uma de suas servas, escolhendo a egípcia Agar (uma mulher árabe) para fazer cumprir o desígnio divino.
Ismael
A união entre o patriarca e a serva Agar (egípcia/árabe) se concretizou, de onde nasceu o primogênito ISMAEL, portanto, sangue judeu/árabe. Quando o menino fez 13 anos, Abraão, que já contava com 99 anos, teve outro chamado de Deus que lhe garantiu que a descendência tão esperada nasceria mesmo de Sara, o que se confirmou um ano após o segundo encontro, quando então ela deu à luz a ISAAC.
Naquela época era comum a família promover a festa de apresentação de um nascituro, o que não foi diferente para ISAAC. Na ocasião, no entanto, Sara presenciou o primogênito ISMAEL criticando o irmão ISAAC, e por isso ordenou que o patriarca expulsasse de seus domínios o filho e a mãe (Agar, a serva árabe/egípcia). Mas a ideia de abandonar à própria sorte seu filho de sangue não foi bem recebida por Abraão, que acabou cedendo ao apelo de Sara, porque teve a garantia de Deus de que ISMAEL também teria um destino vitorioso, e de sua descendência se originaria outra nação.
Dessa feita o pai ofereceu aos dois um odre de água e pão, e mostrou-lhes, logo no dia seguinte, o caminho que deveriam seguir. Mãe e filho vagaram perdidos por algum tempo no deserto da Bersabeia, até que ISMAEL acabou se fixando no deserto da Arábia, onde gerou doze filhos — que deram origem às doze tribos ISMAELITAS, ancestrais do povo árabe. Já em Canaã, ISAAC, irmão de sangue por parte de pai, teve entre seus doze filhos Esaú e Jacó. Mais tarde, Jacó foi rebatizado de Israel. Esses doze herdeiros formaram as doze tribos das quais se originou o povo hebreu.
Portanto essa convivência é milenar, e continua explodindo entre irmãos judeus e árabes.
(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário
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