por Igor Torrente (*)
O Brasil é um gigante quando falamos em educação jurídica, com mais faculdades de Direito do que o restante do mundo somado — são 1.406 instituições, segundo dados do Jusbrasil de 2019. Esse cenário nos leva a questionar como será o futuro desse setor, especialmente no contexto em que a transformação digital está redefinindo nossas vidas, trabalho e interações.
Não é novidade que a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental em diversas áreas, inclusive no Direito. Aqui, as startups do campo jurídico estão introduzindo mudanças significativas. Elas, que são denominadas legal e lawtechs, estão focadas em desenvolver soluções que revolucionam as práticas jurídicas, trazendo maior eficiência e simplicidade.
Para isso, é importante distinguir os dois termos: enquanto as legaltechs são usadas por advogados para otimizar suas atividades, as lawtechs oferecem soluções mais abrangentes, beneficiando tanto profissionais quanto o público em geral.
Essas inovações estão transformando a maneira como o Direito é praticado, automatizando processos, proporcionando análises de dados mais aprofundadas e uma gestão mais eficaz de casos e documentos. Assim, essa convergência da tecnologia nas operações jurídicas não só economiza tempo e recursos, mas também torna os serviços mais acessíveis ao público.
Dessa forma, a revolução das legal e lawtechs está moldando um novo perfil para os profissionais do campo jurídico. Com a estimativa de que 85% dos empregos de 2030 ainda não foram inventados, conforme aponta a Dell, é essencial que os operadores do Direito estejam preparados para essa transformação. O conhecimento jurídico tradicional continua importante, mas as habilidades tecnológicas estão se tornando cada vez mais essenciais.
Isso posto, a ascensão das legal e lawtechs, longe de ser uma ameaça, representa uma verdadeira oportunidade para os profissionais se destacarem. E aqueles que souberem mesclar o conhecimento jurídico com as habilidades tecnológicas serão os líderes nesta nova era.
(*) Profissional com ampla experiência no desenvolvimento de negócios e produtos, com passagens por Méliuz, Itaú, PicPay e Prefeitura de Valadares. Foi membro do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação e da Câmara Técnica de Empreendedorismo e Inovação da Bacia do Rio Doce. Fala sobre inovação, tecnologia, negócios e carreira. Instagram: @eutorrente
As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.