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Enchentes

Por Crisolino Filho

* Até quando, não se sabe. Em toda época chuvosa, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros são acionados para socorrer vítimas de enchentes, de quedas de barracos e barrancos.

* Não sabemos se por falta de planejamento ou ineficiência administrativa, o certo é que é comum ver pelo Brasil inteiro o sofrimento da população atingida por esse tipo de desastre climático. Em função disso, muitas vidas são ceifadas. Não seria mais digno, producente, econômico e lógico evitar que famílias construíssem casas em morros ou áreas de risco?

* Por que deixam a população construir uma casa em barranco ou à beira de rio? Não é sabido o risco de desmoronamento? Não é mais barato e humano impedir construção nessas áreas? Depois das enchentes, as autoridades têm de gastar com cestas básicas, cobertores, colchões, gasolina, querosene de avião, material de construção e mão de obra para recuperação dos prejuízos. Tudo isso é decepcionante para a sociedade, que sempre dá mostras de solidariedade nessas oportunidades.

* Neste início de ano, governos federal e estadual já destinaram milhões de reais para os estados atingidos pelas fortes chuvas, para socorrer desabrigados e cobrir os prejuízos causados pelas enchentes. Com essa verba, ao longo de cinco anos, daria para construir milhares de casas populares.

* Ao contrário de torrar recursos com verbas emergenciais, não seria melhor se os governos tivessem planos habitacionais para remover a população das áreas de risco? Nos parece que falta qualidade com o gasto público.

* Por que optar por distribuir dinheiro depois de tragédias? Provavelmente, essa prática política produz mais votos, que é o que parece interessar ao político brasileiro. Afinal, esse tipo de filantropia é parte de uma banda da política brasileira que ainda teima conviver com o atraso.

* Como são aplicados os recursos destinados às fatalidades? Como realmente é empregado? Existe desvio de verbas? De qualquer forma, se construíssem mais casas, se drenassem e canalizassem mais córregos, se construíssem redes pluviais modernas e estação de tratamento de esgoto, se edificassem muros de arrimo, se implantassem a cultura da manutenção, fazendo limpeza das bocas de lobo, com certeza, além de promover o desenvolvimento, muitas vidas seriam salvas.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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